Os Jogos Olímpicos

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

quarta-feira, 31 de julho de 2024

Na última sexta feira, 27, foi realizada a bonita cerimônia de abertura da 33ª olimpíada da era moderna, em Paris, aliás a terceira que a cidade luz sedia sendo as outras duas em 1900 e 1924. O visual foi inédito, pois pela primeira vez o evento ocorreu fora de um estádio, quando o Rio Sena, um dos cartões postais da capital francesa e berço de sua fundação foi escolhido para o desfile. A cerimônia foi montada com 12 espetáculos à medida que os barcos e lanchas iam passando. Essas transportaram as delegações menores e os barcos as maiores sendo que alguns levaram três delegações. Se o barco da França foi o mais aplaudido, o do Brasil ganhou em animação.

Não fosse a chuva que caiu intensamente a partir da metade do desfile, apesar de não atrapalhar a festa, o ineditismo da abertura foi perfeito. Estava previsto uma apresentação de skates, numa pista montada sobre um barco que teve de ser suspensa, por motivos de segurança. No entanto o desfile de uma cavaleira montada num cavalo de aço e puxada por uma lancha, foi muito bonito.

Mas, como tudo na vida, nada é perfeito, a França tinha de dar ao mundo sua demonstração de degradação dos costumes, em que está mergulhada à medida que os imigrantes tomam o país de assalto. O quadro que mostrou a Santa Ceia sendo comemorada por drag queens foi um espetáculo de mau gosto e desrespeito. Poderíamos passar sem esse visual. Afinal, aprendi desde minha infância de que religião, política e futebol, não se discute, cada um tem a sua preferência. E agredir gratuitamente os católicos, não faz o menor sentido. Se, ao contrário, fosse um quadro que debochasse da figura de Maomé, tenho certeza de que a gritaria seria enorme até com atentados.

Rememorem o que aconteceu com o jornal Charlie Hebdo que foi atacado por comandos árabes, após a publicação de notícias denegrindo o líder maior da religião islâmica. Ainda bem que os católicos são mais educados e pouco agressivos. No entanto, essa passividade não eximiu o Papa Francisco de se manifestar. Como líder maior do catolicismo, a meu ver, ele deveria ter feito um protesto veemente por causa dessa obra de extremo mau gosto.

Religião cada um tem a sua e o respeito à fé individual é uma condição “sine qua non”. A tão propalada liberação dos costumes que tenta derrubar princípios estabelecidos desde há muito, não justifica essa atitude. Afinal, existe uma diferença muito grande entre aceitar determinadas condutas que fogem à “normalidade” e ridicularizar fatos ou conceitos estabelecidos desde há muito tempo. Expor esse lixo, em tempo real, e para milhões de pessoas que acompanhavam o espetáculo foi ridículo. Mostrou ao vivo e a cores, apesar de desbotada pela chuva, a que ponto chegou a degradação de um país que já foi exemplo das artes e da cultura para o mundo todo.

Conheci uma senhora que eu brincava dizendo que era minha mãe francesa. Era uma pessoa muito culta daí que os papos eram sempre muito agradáveis. Lembro-me de um dia ter lhe dito que essa história de liberdade, igualdade e fraternidade, estar sendo levada ao pé da letra não acabaria bem e que a França, um dia, seria o Brasil de amanhã. Infelizmente, esse dia já chegou, pois tudo de ruim que temos aqui vemos no dia a dia do francês. Mas, nós estamos num país emergente com perspectivas de melhorar, afinal temos apenas pouco mais de 500 anos de história. Ao contrário, num país dito do primeiro mundo, a tendência é descer ladeira abaixo. É o que acontece na França de hoje.

Esse é o perigo da entrada de imigrantes, sem limites. O risco de que a cultura local seja desprezada e desbancada por uma conduta completamente diferente é muito grande. O que se vê na França e outros países europeus são imigrantes vivendo em comunidades fechadas, sem uma convivência pacífica com a comunidade autóctone. Como a taxa de natalidade entre eles é muito maior, a tendência é que a cultura local seja substituída e suplantada, por uma completamente alheia aos costumes locais. Será o fim do ocidente.

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