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E a Covid me pegou
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
Estava tudo pronto para viajar para Gramado-RS, para assistir o famoso Natal de Luz, uma programação natalina para turistas, muito concorrida de outubro a janeiro, naquela cidade gaúcha. Iríamos para o Rio no último dia 21, uma segunda-feira, e pegaríamos o voo da Azul às 9h15 com chegada prevista para Porto Alegre às 11h. Depois era só subir a serra para Gramado e começar nosso passeio turístico.
Ledo engano, pois no sábado, 19, tive uma crise de constipação nasal como há muito não a tinha e sem descongestionantes em casa, passei uma noite de cão, sem conseguir respirar pelo nariz. No domingo, 20, com o uso de descongestionantes orais, me senti melhor, mas com uma sensação ocasional de fôlego curto, apesar de não ter falta de ar, tosse ou febre. Dormi bem à noite, às custas da medicação, mas algo me dizia que apesar de ser uma gripe mais forte, seria bom fazer o teste nasal para a Covid.
Também me deixava um pouco preocupado o fato de ter tomado a vacina contra a gripe e não ser usual, pelo menos em mim, essas manifestações fortes de gripe, pós vacina. Além do mais, iria pegar um avião onde o ambiente é fechado, o que poderia colocar em risco a saúde de outras pessoas. Sem falar que estaria fora da minha cidade, o que é sempre preocupante se advém uma intercorrência seja ela qual for, ainda mais uma que requer confinamento.
Segunda feira bem cedo, o laboratório Rodolpho Albino abre às sete da matina, peguei o carro e fui tirar a prova dos nove, pois caso fosse negativo, poderia manter a programação da viagem e me tranquilizar. Cheguei em casa, fechei as malas e fiquei aguardando uma comunicação do laboratório. Não demorou muito o telefone tocou e tive a desagradável notícia de que o exame estava positivo; eu era mais uma vítima da gripe chinesa, na sua variante menos agressiva.
O jeito foi desfazer as malas e começar o período de isolamento, que felizmente é mais leve. Isso porque a sintomatologia é mais amena, sem o incômodo da perda do paladar ou do olfato, sem tosse marcante, no meu caso com pouca expectoração, sem falta de ar, mas como já disse, com uma sensação ocasional de fôlego curto e uma comprovação de que algo está diferente. Foi aí que começou minha pós-graduação em Copa do Mundo.
Com jogos às 7h e 10h e mais um às 16h, todos os dias, além de uma programação extensa de comentários e informações sobre a competição, entremeado com a leitura de bons livros, a quarentena ficou mais leve e mais fácil de suportar. Mas, é o tipo de comprometimento que não se deseja para o nosso pior inimigo.
Apesar de estar sendo chamada de uma variante ambulatorial, pois a maioria das pessoas acometidas não precisam de internação hospitalar e muito menos de UTI, pelo passado recente dos acontecimentos dos últimos dois anos, é uma doença que sempre traz preocupação para quem testa positivo.
Munido de um atestado médico e da comprovação da positividade do exame, liguei para a agência de viagens comunicando a impossibilidade de viajar e solicitando uma remarcação da mesma. Depois de três dias recebi um comunicado de que tinham conseguido transferir para o período compreendido entre 6 e 13 de janeiro de 2023, ainda dentro da programação do Natal de Luz cujo término é no dia 15 de janeiro. Tive de pagar uma diferença, pois é alta temporada e as passagens de avião estão mais caras.
Apesar de ser após o período natalino, não creio que terá menos brilho, pois segundo várias pessoas com quem já conversei e que foram a esse evento, vale a pena porque ele é muito bonito. Sem falar que Gramado é uma cidade linda e que ainda teremos, incluído no programa, uma viagem de maria fumaça, visita a vinícolas e um almoço tipicamente italiano.
Na última segunda feira, 28, exatos sete dias após a positividade, o exame negativou e eu, pelo menos por enquanto, fiquei livre dessa praga.
Max Wolosker
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Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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