Chuva em Brasília. Seria a famosa “Chuva do Caju”?

Max Wolosker

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Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Como escrevi na semana passada, a umidade relativa do ar na capital federal é muito baixa nessa época (meados de abril até setembro) e sem chuvas, que podem ocorrer muito raramente. Bastou a chegada de dois friburguenses para que a ordem fosse subvertida. Isso porque em Nova Friburgo chove bastante, não importa a época do ano, principalmente no verão. Daí, nossos amigos brasilienses nos dizerem que trouxemos chuva para a capital federal.

No entanto, alguns se perguntam se não está havendo uma antecipação da conhecida Chuva do Caju. Intrigado com essa terminologia fiz uma pesquisa sobre o assunto e encontrei uma explicação para isso. Por toda parte do Estado de Mato Grosso, é possível ver os pés de caju e de manga floridos. Há quem diga que esta temporada será de fartura, pois as árvores estão carregadas de florezinhas. Porém, para que a explosão de frutos aconteça é necessário que chova e por isso, quando agosto chega, todos já esperam a famosa chuva do caju. Mas e aí, essa chuva chega ou não chega?

De acordo com o professor de climatologia da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), Rodrigo Marques, entre maio e setembro, temos cerca de apenas 10% do volume de chuva anual. Entretanto, frentes frias podem causar chuvas no mês de agosto. Quando essa chuva cai, em alguns municípios mato-grossenses, diz-se que é a Chuva do Caju. Que não favorece apenas o caju, mas também a manga e demais árvores frutíferas. O engenheiro agrônomo e doutor em fruticultura, Luciano Gomes, explica que essas frutas (manga e caju) pertencem à mesma família, e ambas precisam de água para que os frutos se formem.

Por toda parte de Mato Grosso, é possível ver os pés de caju e de manga floridos. Há quem diga que esta temporada será de fartura, pois as árvores estão carregadas de florezinhas. Porém, para que a explosão de frutos aconteça é necessário que chova e por isso, quando agosto chega, todos já esperam a famosa Chuva do Caju.  Ainda segundo ele, como o cajueiro e a mangueira são plantas rústicas e muito bem adaptadas ao clima mato-grossense, basta uma chuva para que os frutos cresçam. No entanto, quando mais água maiores e mais abundantes são os frutos, menos chuva, frutos menores.

Como Brasília tem o mesmo clima dos estados da região central do Brasil, as pessoas daqui também se referem à Chuva do Caju, quando há essa precipitação fora do usual, na segunda quinzena do mês de agosto. Como a temperatura, desde sábado passado, 26, está muito elevada, com máximas de até 30 graus, parece mais com as famosas pancadas de final de tarde, durante o verão. A única diferença é que, ao contrário daquela, essa não vem acompanhada de relâmpagos e trovões.

Estamos na última semana do mês de agosto e a previsão da meteorologia para Brasília, até o dia 15 de setembro, é de temperaturas variando de 28 a 32 graus durante o dia e de 14 a 16 graus durante a noite. Típico do clima desértico que impera nessa região do país. Está previsto também chuvas isoladas, o que reforça a terminologia Chuva do Caju. E se for seguida a tradição, os cajueiros e mangueiras darão frutos suculentos, pois as pancadas noturnas são idênticas as que observamos na Região Serrana fluminense.

Estamos há três dias de voltarmos para Friburgo e o que nos aguarda é chuva e frio, que não é a do caju, pois essa fruta não gosta de baixas temperaturas. 

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