Às vezes, o que falta é o básico

Gabriel Alves

Educação Financeira

Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Para investir, você precisa ter domínio do que representa o tripé de liquidez, rentabilidade e segurança.

Liquidez: dentro dos seus investimentos, esse é o primeiro ponto a ser analisado, pois trata-se do período entre investimento e resgate do capital; podendo haver lucro ou não.

Antes de explicar a organização que deve haver por trás da liquidez, vamos analisar alguns termos comuns ao estudar um investimento. D+0; D+1; D+15; D+30: essas notações representam o tempo de resgate de capital em determinados produtos do mercado financeiro. Traduzindo, a letra “D” representa o dia da sua operação e o número posterior representa o tempo de resgate – a partir do dia da operação. Vamos exemplificar: imagine-se escolhendo um fundo de investimentos e em suas especificações conste a notação D+15; se precisar resgatar o capital (integral ou parcial) investido, você emite a ordem de resgate e, a contar do dia seguinte, seu dinheiro estará disponível após 15 dias.

Planeje bem os produtos que estarão em sua carteira para não “ficar na mão”.

Rentabilidade: essa é a parte que enche os olhos – e qualquer desavisado pode acabar considerando este único ponto e tomar uma decisão ruim.

Aqui, uma dica: quanto maior a rentabilidade, maior o risco. Investimentos fraudulentos, por exemplo, sempre prometem rentabilidades exorbitantes.

 Para exemplificar as possibilidades de enxergar rentabilidade, no mercado financeiro você vai encontrar as taxas pré-fixadas (13,48% a.a.), pós-fixadas (120% CDI) e híbridas (IPCA + 7,20% a.a.). Cada possibilidade representando uma determinada estratégia, mas numa carteira balanceada de pessoa física, todas farão parte – em diferentes pesos – do portfólio.

Mas então, como ter uma boa rentabilidade? Vamos falar em segurança primeiro.

Segurança: tudo começa com conhecimento e bom senso, saiba distinguir o que é real do inatingível. Os riscos no mercado financeiro se restringem a administração de bancos e empresas onde estão seus investimentos e a falta de planejamento.

Se buscar uma rentabilidade baixa e/ou mediana, há muitos produtos de risco zero. Sim, risco zero! O FGC (Fundo Garantidor de Crédito) garante até R$ 250mil para cada investimento do mesmo CPF em determinados produtos de Renda Fixa, como CDBs por exemplo.

 Agora se você busca investimentos mais arrojados com boa rentabilidade, vai precisar se aventurar no mercado de Renda Variável da Bolsa de Valores. Aqui, o maior risco é a volatilidade! Já viu os gráficos de alguma ação da Bolsa? Caso sim, é provável que tenha reparado nas grandes variações de preço; isso é volatilidade. Por mais que tenha optado por uma boa empresa e esteja alinhado com os parâmetros de administração da instituição, a variação de preço vai existir. E se você não tiver feito a base do seu planejamento, corre o risco de resgatar o capital investido em algum momento de baixa. A Renda Variável concentra alguns riscos, mas o principal erro de um investidor comum é a falta de planejamento.

Entendendo o conceito deste tripé responsável por sustentar a estratégia de suas alocações, certamente você estará mais bem preparado para manter saudável a relação entre você e sua carteira de investimentos.

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