Repensar o comum é fundamental

Gabriel Alves

Educação Financeira

Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.

quinta-feira, 01 de dezembro de 2022

É muito comum se deparar, em qualquer conversa que chegue ao assunto de finanças, com a necessidade de alternativas mais rentáveis à caderneta de poupança. O difícil é concluir, nesta mesma conversa, as possíveis alocações capazes de substituir o produto e manter suas características fundamentais. É ainda uma realidade dura, mas o nível de conhecimento e domínio da Educação Financeira no Brasil está defasado e um diálogo entre duas – ou mais, é claro – pessoas não qualificadas pode acabar em decisões ruins para as finanças pessoais dos envolvidos. Afinal, o mercado financeiro não é nenhum “bicho de sete cabeças”, mas é importante conhecê-lo minimamente para usá-lo a seu favor.

Ações, fundos imobiliários, previdência privada, Day Trade... nada disso deve substituir a caderneta de poupança. Ou, pelo menos, não se o dinheiro que estiver aqui for parte de reservas financeiras. É importante esclarecer um ponto fundamental para que não haja nenhum desencontro de ideias no decorrer deste texto: vamos abordar, hoje, estratégias de alocação de capital referente a reservas. Ou seja, dinheiro refém de características únicas e indispensáveis, como alta liquidez, segurança, garantias e rentabilidade.

Caso considere deixar a caderneta apenas como parte do passado e explorar novas atividades para investimentos (e não como alocação de reservas), este texto não vai abordar o que precisa saber. Contudo, é claro, o primeiro passo precisa ser dado e tudo começa com a simplicidade das alocações da sua reserva.

A caderneta de poupança em bancos tradicionais tem características vantajosas, como a de sacar seu dinheiro a qualquer momento num caixa eletrônico na esquina. Mas você sabia que isso pode ser um ponto muito negativo? Todos sabemos, a rentabilidade da caderneta já ficou para trás. Não sendo suficientes as baixas taxas, este produto só entrega resultado ao cliente a cada aniversário de 30 dias da aplicação. Na ponta do lápis, então, o que podia parecer um ponto positivo, faz com que o título seja ainda pior: a falsa liquidez promove perdas financeiras quando a inflação entra na análise.

Então, para substituir a tão tradicional caderneta de poupança, precisamos encontrar títulos capazes de entregar o resgate a qualquer momento sem comprometer a rentabilidade do seu dinheiro. Uma reserva não pode ser dependente da carência de 30 dias para ter retorno atribuído ao capital.

Portanto, temos duas possibilidades com diferentes seguranças e garantias: títulos bancários e títulos públicos. Vou começar pelos títulos bancários. Afinal, aqui você tem exatamente (sim, exatamente) as mesmas garantias da caderneta de poupança, proporcionada pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Contudo, para ter boa segurança, é importante escolher bancos consolidados bem classificados em rankings de risco. Uma alternativa de alocação para suas reservas, aqui, está nos CDBs de liquidez diária. Resgate imediato (D+0) e rentabilidade diária vão deixar seus recursos mais bem alocados.

A segunda alternativa, portanto, está nos títulos públicos. Importante se atentar, não são todos os títulos emitidos pelo governo que serão uma possibilidade neste momento. Aqui, você precisa limitar sua alocação apenas no Tesouro Selic. Resgate imediato (D+0), rentabilidade diária e a garantia soberana do Tesouro Nacional. Com suas reservas no Tesouro Selic, você tem características mais vantajosas e conta com ainda mais segurança sobre o seu patrimônio.

Quando o assunto na roda de conversa for sair ou não da poupança, você já sabe o que dizer. A propósito, experimente as dicas que eu acabei de explanar. Repensar o comum é fundamental.

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