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O amor vivido e comunicado na família
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Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo.
Celebramos com toda a Igreja nestes dias a Semana Nacional da Família, aberta no ultimo domingo, 11, com a homenagem aos queridos pais. Nunca é demais falar sobre a família, sua importância, riqueza, beleza, valores, sua fundação divina. Comunicar a família, o alicerce de toda a sociedade, a escola primeira e permanente das virtudes humanas e cristãs, o santuário da vida e do amor, a Igreja doméstica... sempre será a nossa missão, preservando a identidade da própria pessoa humana e de toda a humanidade, cooperando para a realização do projeto de Deus da criação e sustentação da união sagrada da família rumo à plenitude da santificação na comunhão celeste.
No quarto capítulo da Exortação Apostólica Amoris Laetitia (nn 89-164), o Papa Francisco reflete sobre o amor verdadeiro no matrimônio. Partindo do texto de 1Cor 13, apresenta suas atitudes essenciais: paciência, serviço, cura da inveja, humildade, amabilidade, desprendimento, conciliação, perdão, alegria, desculpa, confiança, espera, suportação. Fala, em seguida, sobre o crescer na caridade conjugal, num "amor santificado, enriquecido e iluminado pela graça do Sacramento do Matrimônio".
"O Espírito que o Senhor infunde dá um coração novo e torna o homem e a mulher capazes de se amarem como Cristo nos amou" (n.120). "O Matrimônio é o ícone do Amor de Deus por nós" (n. 121). Insiste que o amor entre os esposos deve crescer em Cristo, desde o namoro, na valorização do diálogo. É uma união de vida toda e de tudo em comum, com alegria e beleza, num casamento por amor. Amor que se manifesta e cresce, vivenciando as emoções, sinais afetivos basilares - prazer ou sofrimento, alegria ou tristeza, ternura ou receio - pressuposto da atividade psicológica elementar, buscando que se tornem um bem para a família e estejam a serviço da vida em comum, referencial de maturidade e de um amor sobrenatural (nn.123-146).
Em seguida, o Papa refere-se à dimensão erótica do amor, entendendo-a como "dom de Deus que embeleza o “encontro dos esposos". Rejeita a submissão sexual e enfatiza a riqueza do matrimônio e da virgindade e do celibato.
No quinto capítulo (nn163-198), o Papa reflete sobre a fecundidade: "..O amor conjugal não se esgota no interior do próprio casal (...). Os cônjuges, enquanto se doam entre si, doam para além de si mesmos a realidade do filho, reflexo vivo do seu amor, sinal permanente da unidade conjugal e síntese viva e indissociável do ser pai e mae" (n. 165). Aprofunda o sentido do amor dos pais e o lugar que os filhos ocupam na família. E constata: "...desde o início, numerosas crianças são rejeitadas, abandonadas e subtraídas à sua infância e ao seu futuro. Alguns ousam dizer, como que para se justificar que foi um erro tê-las feito vir ao mundo. Isto é vergonhoso! (...)". E questiona: "Que aproveitam as solenes declarações dos direitos do homem e dos direitos da criança, se depois punimos as crianças pelos erros dos adultos".
Ao contrário, o pontífice afirma que "...Os pais ou os membros da família devem fazer todo O possível para aceitá-la (a criança) como dom de Deus e assumir a responsabilidade e carinho” (n. 166). Também frisa a valorização e o amor aos idosos: "... como gostaria de uma Igreja que desafia a cultura do descarte, com a alegria transbordante de um novo abraço entre jovens e idosos" (n. 191). Também ressalta a relação entre os irmãos: "uma experiência forte, inestimável, insubstituível" (n.194 ). Destaca o valor da vida e da gravidez. E agradece as mães: "Queridas mães, obrigado. Obrigado por aquilo que sois na família e pelo que dais a Igreja e ao mundo". Incentiva a adoção e ressalta a valorização do corpo.
Em toda a Exortação rebrilha a fundamental teologia do matrimônio, como expressão do Amor infinito e misericordioso de Deus, com profunda sensibilidade pastoral, contemplando os diversos âmbitos da Antropologia e da Psicologia à luz da Revelação Cristã na construção da comunhão familiar.
Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é assessor eclesiástico diocesano da Pastoral Familiar e Comunicação Institucional da Diocese de Nova Friburgo
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