Maria na Encíclica “A Mãe do Redentor”, de São João Paulo II

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terça-feira, 11 de julho de 2023

Comemoraremos, no próximo domingo, 16, Nossa Senhora do Carmo, título de devoção atribuído à Maria, a Mãe de Jesus, agradecendo filialmente à sua intercessão amorosa e misericordiosa, acompanhamo-nos de uma bela reflexão de um grande Santo apóstolo, Papa dos nossos tempos, São João Paulo II, que entregou o seu próprio pontificado aos cuidados da Mãe da Graça, na missão centrada em Cristo, como a da primeira discípula do Filho amado. Segue uma síntese destas iluminadas linhas.

O Santo Papa João Paulo II, para o Ano Mariano de 1987-1988, publicou a rica encíclica Redemptoris Mater (RM) - "A Mãe do Redentor" sobre a missão confiada por Deus a Maria na história da Salvação. A Mãe de Deus no centro da Igreja que está a caminho é o tema basilar que sintetiza este belo texto. 

A relação entre Maria e a Igreja, presente em todos os povos e nações, nas diversas culturas, é essencial. Maria é modelo e figura desta Igreja que, como a Mãe do Redentor, deve se tornar discípula d'Ele, fazendo a mesma peregrinação da fé, na obediência e no serviço aos desígnios da salvação.

"Por isso, no povo de Deus, Maria tem posição especial e única, como exemplo e auxílio, por tudo aquilo que ela foi e é, que realizou e realiza. Exatamente nesta caminhada-peregrinação eclesial, através do espaço e do tempo e, mais ainda, através da história das almas, Maria está presente como aquela que é 'bendita' porque acreditou, como aquela que avançava na peregrinação da fé, participando como nenhuma outra criatura no mistério de Cristo" (RM 25). A sua história de peregrinação de fé é mais longa que a dos outros discípulos e apóstolos e começa já na Anunciação, na benção da "cheia de Graça", em sua resposta de total adesão e entrega: "Eu sou a Serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1,38).

Assim a Anunciação, com toda a unção e sombra do Espírito Santo que veio sobre ela, já preparava Pentecostes, onde a Mãe de Jesus estava firme na fé, "assídua na oração", entre os apóstolos (At 1, 13-14; cf RM 26). Neste momento, já acolhe o Verbo de Deus que se encarna em seu ventre virginal, aderindo à maternidade de uma nova humanidade na ordem da graça, como Nova Eva, dizendo o sim pleno, aderindo ao plano do Criador, gerando o Salvador, concretizando o proto-evangelho - Gn 3,15 - a descendência da mulher que esmagaria a cabeça da serpente ( cf Gl 4,4).

Como Virgem e Mãe é presente no mistério de Cristo e da Igreja. Como figura apresenta o seguinte paralelo: como Virgem acreditou; como Serva do Senhor, permaneceu perfeitamente fiel; como Mãe, gerou o próprio Filho de Deus. A Igreja-Mãe aprende de Maria a própria maternidade. A Igreja-Virgem permanece fiel ao único Esposo. A Igreja guarda a fé recebida de Cristo, a exemplo de Maria que guardava e meditava toda a profundidade do mistério em seu coração (Lc 2, 29-51).

Ao tratar da relação Maria-Igreja, S. João Paulo II restaura mais uma vez as bases da Lumen Gentium, no seu capítulo VIII: "Este culto (à Mãe de Deus) é absolutamente singular, contém em si e exprime aquele vínculo profundo que existe entre a Mãe de Cristo e a Igreja. A Igreja se torna mãe pela fiel recepção da Palavra de Deus" (RM 42; LG 63).

Maria é cooperadora da obra da Redenção, tornou-se Mãe de uma nova humanidade na ordem da Graça, Mãe da Igreja e intercessora, na mediação materna subordinada à única mediação redentora de seu Filho. Assim, continua gerando e formando Cristo em nós, como também é a missão da Igreja. É medianeira e continua solidária aos filhos e filhas, membros da Igreja, como em Caná e muito mais na comunhão eterna de amor com Jesus, fonte da Graça. É Mãe do Cristo total, Cabeça e membros, como afirma Santo Agostinho.

Esta maternidade espiritual de Maria que nasce do mais íntimo do mistério pascal do Redentor e amadurece definitivamente aos pés da cruz no sacrifício e na doação de Amor de seu Filho, "é profundamente recordada e vivida no Banquete Sagrado, no qual se torna presente Cristo, no seu verdadeiro corpo nascido da Virgem Maria" (RM 44). (Fonte: Revista de Aparecida)

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é assessor eclesiástico da Comunicação Institucional da Diocese de Nova Friburgo. Especialista em Mariologia, autor de "A Maternidade Eclesial de Maria", Ed. Santuário,2020.

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