Condicionamento físico não cancela efeito negativo da obesidade na saúde

Muitos apoiam a ideia de que alguém pode ser “gordo, mas em forma” e há evidências que sugerem que o condicionamento físico pode ajudar a compensar o excesso de peso
sexta-feira, 09 de setembro de 2022
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Pexels)
(Foto: Pexels)
Levar um estilo de vida ativo não é suficiente para combater os efeitos negativos do excesso de peso na saúde do coração, de acordo com uma pesquisa publicada recentemente. Isso desafia a ideia de que condicionamento físico é mais importante do que peso para levar um estilo de vida saudável e apela às empresas que repensem políticas de saúde internas que priorizam a atividade física em vez de perda de peso.

Por outro lado o corpo magro não necessariamente é um símbolo de saúde
Pesquisadores analisaram dados de mais de 500 mil adultos e agruparam pessoas com base nos níveis de atividade e peso corporal, avaliando a saúde do coração e três principais fatores de risco para derrame e ataque cardíaco: diabetes, pressão alta e colesterol alto.

Embora ser ativo esteja relacionado a uma melhor saúde cardíaca para qualquer pessoa, o autor do estudo, Alejandro Lucía, da Universidade Europeia de Madri, disse que os resultados indicam que “o exercício não parece compensar os efeitos negativos do excesso de peso”, contradizendo a noção popular de que alguém pode ser “gordo, mas saudável”.

Lucía disse que essa noção “levou a propostas controversas de políticas de saúde para priorizar a atividade física e a boa forma acima da perda de peso”, políticas que ele acredita que devam ser reconsideradas para tornar a “perda de peso um alvo principal” na luta para reduzir o risco de doenças cardiovasculares em pessoas com sobrepeso e obesas.

No Brasil

Para Pedro Augusto Bastos, cardiologista do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da USP), mesmo que pessoas em condição de obesidade tenham um estilo de vida saudável, o sobrepeso continua sendo um fator de risco para diversas doenças cardiovasculares. 

“Exercícios físicos e boa alimentação são essenciais, mas não garantem 100% de isenção do desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Somente se manter ativo não é o suficiente. É necessário direcionar as atividades para a perda real de peso”, explica o médico.

Segundo ele, em diversas famílias brasileiras, há a crença de que deixar as crianças muito bem alimentadas, às vezes de modo exagerado, significa torná-las fortes e imunes a qualquer enfermidade. Mas, é possível perceber o aumento de crianças e adolescentes acima do peso, com problemas de saúde em idades muito precoces em comparação a gerações anteriores às atuais. 

“Normalmente, aqueles que estão acima do peso têm uma alimentação de pior qualidade e praticam menos atividades físicas, o que pode provocar aumento de hipertensão arterial, dislipidemia e diabetes, levando a infartos e acidentes vasculares encefálicos.”

Embora uma quantidade substancial de pesquisas mostrem que ser ativo protege contra várias doenças, o impacto do peso corporal tem se mostrado mais controverso. Muitos, como Lucía observou, apoiam a ideia de que alguém pode ser “gordo, mas em forma” (em inglês, fat but fit) e há evidências que sugerem que o condicionamento físico pode ajudar a compensar o excesso de peso. É improvável que o estudo resolva essa controvérsia e há uma série de falhas metodológicas que precisariam ser abordadas para resolver a questão de forma conclusiva. 

O professor emérito de metabolismo humano da Universidade de Oxford, Keith Frayn, disse que a pesquisa “deve ser considerada apenas um ponto de partida” ao falar sobre a relação entre condicionamento físico, peso e saúde. Frayn disse que o desenho do estudo significa que ele poderia ter perdido fatores de saúde que “não estão necessariamente refletidos nas medições de sangue relatadas”. 

Por outro lado, o médico garantiu que “o corpo magro não necessariamente é um símbolo de saúde”, já que algumas pessoas que não se encontram acima do peso também podem desenvolver doenças cardiovasculares, como diabetes do tipo 1, por questões genéticas ou dieta precária. (Fonte: https://forbes.com.br/forbessaude/)

 

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