O rádio me escolheu!

"O rádio fideliza e o networking que você cria em sua trajetória de vida também"
sexta-feira, 23 de setembro de 2022
por Gabriella Bini Espósito
Gabriella Bini Espósito (Foto: Acervo Pessoal)
Gabriella Bini Espósito (Foto: Acervo Pessoal)

Defino a minha relação com o rádio como algo mágico. Por memória afetiva, em 1999 estudava no Colégio Municipal Rui Barbosa. Pela manhã, e à tarde quando chegava do colégio, ligava o rádio para ouvir músicas, eram momentos de descontração e alegria. Às 15h tinha os deveres de casa que fazia com a ajuda da minha avó, Odenair. Em seguida, ia pra rua brincar com meus amigos. Mas o rádio ficava ligado na maior altura.

Mesclava a Sucesso 88,1 com a Friburgo AM 660, esperava o locutor parar de falar para apertar o Rec+Play e gravar a música favorita! Ouvia Pedro Osmar, Fernando Bonan, Rogério Lima, Ely Borges, Alessandro de Castro, entre outros. 

Já na fase adulta fui trabalhar na loja Hemisfério Sports, no Centro, onde fiz muitas amizades e conheci diversos locutores que ouvia. À época, mesmo sabendo que Braulio Rezende e Pedro Osmar eram amigos pessoais não tive a oportunidade de conhecer o Pedro pessoalmente, porém a voz inconfundível dele ecoava pelas caixas de som da Avenida Alberto Braune, no período natalino, marcando minha memória de forma inconfundível. Eu não tinha a menor noção de que ainda iria trabalhar com ele e com muitos outros radialistas. 

Prestei vestibular para ESPM no Rio, passei para Jornalismo em 2012. Fiz primeiro semestre e depois busquei outras faculdades, por que apesar de ser excelente, a ESPM ficou “salgada” pro meu bolso. Facha em Botafogo, Veiga de Almeida na Tijuca e Estácio em Niterói, universidades que fiz contatos e cursava Jornalismo e Publicidade e Propaganda. Sempre os dois cursos e assim me formei. As matérias que envolviam o rádio ficaram para o final e isso foi bom pra minha carreira.

Na UVA fui sorteada para apresentar um trabalho de radioteatro: incrível experiência! Improviso, flexibilidade e rapidez de raciocínio. Isso é o rádio. Estácio de Sá Niterói, nas semanas de Comunicação, meus professores disseram “você é de rádio, foca e vai”. Mesmo sem acreditar muito, fui. Fiz oficinas de rádio e gravei chamadas para rádio laboratório da faculdade. 

Em 2015 voltei para Friburgo para terminar os cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda pela Estácio, onde conheci o Jorge Maroun e o Allan Breder que me inseriram no mercado de comunicação. 

O rádio fideliza e o networking que você cria em sua trajetória de vida também: uma tia do Vinicius Gastin me indicou a ele, que por sua vez me apresentou ao Gilberto Cunha, que à época precisava de uma produtora. Ele me jogou no ar, senti frio na barriga, as mãos tremiam, mas encarei assim mesmo, e pronto! Comecei a trabalhar no rádio. Foi mágico, o rádio me escolheu! 

Comecei com entradas no jornalismo no programa Boa Tarde Nova Friburgo, depois assumi como repórter, locutora feminina e social media e passei a conviver com aqueles que admirava na adolescência. Que escola, senhores! Coberturas de carnaval, eleições municipais, Brasil e radioteatro. O rádio, mesmo com a integração das câmeras nos estúdios, trabalha a imaginação do ouvinte. 

A convite de Ely Borges, em 2018, cobri as férias de Daniele Eddie no Programa na Boca Da Galera. Lamentavelmente, perdemos nosso amigo num acidente em abril de 2019. Nesta mesma época, David Rangel retorna a Nova Friburgo e me convida para trabalhar no Programa David Dá Show. Que pós-graduação! 

Neste meio tempo me aventurei pelas ruas do Catete, no Rio, aos sábados com Ruy Jobim (Rádio Globo)  para me especializar em Rádio e TV pela Escola de Rádio. Interpretação, edição de áudios, o não impostar voz, o natural da locução e o mais legal, a dublagem, uma pincelada apenas, porque precisa ser ator/atriz formado para atuar no segmento. 

Outro destaque importantíssimo que o rádio proporcionou foi o desenvolvimento de um trabalho científico e acadêmico que em breve lançarei: a atuação da Emissora das Montanhas na tragédia climática de 2011 e como o rádio é importante em casos de emergência, presente nos recantos mais longínquos.   

A Rádio Friburgo AM 660 foi a única a funcionar naquela madrugada, além dos rádios amadores. Papel fundamental de utilidade pública junto à comunidade. Parabenizo todos os profissionais que atuaram naquele momento tão delicado e em especial aos profissionais de comunicação da até então Friburgo AM 660, que ia longe e esbanjava informação com credibilidade e segurança. Hoje, em FM 107.5, continua oferecendo aos ouvintes uma nova programação com conteúdo de qualidade em seus mais de 70 anos. 

A internet veio pra ficar, o Podcast veio para agregar, porém, o bom e necessário rádio permanece vivo e voraz se adequando às novas tecnologias. Viva o rádio, parabéns aos profissionais que nele atuam! Vivas para os ouvintes, o combustível do meio. Vivas para as relações, que, por mais que desgastadas neste mundo cada vez individual, conseguem somar. Obrigada, Rádio! 

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