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Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

segunda-feira, 06 de março de 2023

Novamente, o Caderno Z do último fim de semana, me trouxe lembranças do meu pai que, de modo espiritual, vem me acompanhar nesta viagem. Papai nasceu em 1917, no Sana, distrito de Macaé. Eram muitas as suas histórias e eu creio que a mais bizarra era motivo de sua indignação. E dizia ele: “Lá na roça, era melhor que as moças não fossem para a escola, pois logo aprenderiam a escrever cartas para os namorados!”. Das bizarrices de antigamente aos avanços de agora, a linha do empoderamento feminino ainda é muito tênue e requer a criação de leis para garantir direitos que deveriam ser naturais.

A filósofa Hannah Arendt, pensadora do século 20, destacou em seu trabalho em prol das igualdades: “A essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direitos”. Desde que a mulher começou a sair de seu casulo doméstico, as lutas são incansáveis e assim continuarão, pois há uma projeção feita pelo Fórum Econômico Mundial de 2018 que “serão necessários mais de dois séculos para haver igualdade de gênero no mercado de trabalho e que as desigualdades, em outros segmentos, precisarão de mais de 100 anos para chegarem ao fim”. Tomara que a projeção esteja equivocada.

Elizabete de Souza Siqueira, presidente da comissão Mulher, da 9ª Subseção da OAB Nova Friburgo, ressalta: “Não podemos ficar presas ao tempo, contudo precisamos ter consciência de que a luta deve ser diária e contínua...”. Ainda em seu texto, Elizabete enfatiza: “precisamos seguir em frente e ter em mente que é proibido desistir...”. Exemplos de lutadoras não faltam. Em cada uma de nós tem um pouco de Nísia Floresta, Leonilda Daltro, Bertha Lutz e Almerinda Gama. Enquanto lutamos, pensamos coisas boas para a coletividade. Nosso pensar é cheio de propósitos e não se perde no vazio das superficialidades.

Se a vida é frenesi, como destacou Wanderson Nogueira, “por  que querer a eternidade se na finitude que temos perdemos tempo com bobagens?”. Feliz Dia Internacional da Mulher em todos os dias do ano!

O Cão Sentado, na charge de Silvério, se vestiu com o “Março Lilás” para lembrar que é o mês de conscientização e combate ao câncer de colo de útero. A Prefeitura de Nova Friburgo, por intermédio da Secretaria Municipal de Saúde realiza várias ações em conjunto com as celebrações do mês da mulher. Roda de conversas e palestras com profissionais da área fazem parte da programação.

Ainda em defesa da mulher, a Câmara Municipal aprovou o projeto de lei do vereador Cláudio Leandro, que instituiu em Nova Friburgo o “Programa de Cooperação e Código Sinal Vermelho” em que a mulher pode pedir socorro traçando um “xis” na palma da mão. A lei entrará em vigor, a partir de sua regulamentação pelo Executivo, em até 180 dias.

O programa de destinação do óleo de cozinha, desenvolvido pela concessionária Águas de Nova Friburgo, só no Carnaval, recolheu 70 litros do produto descartado pelos barraqueiros que trabalharam com alimentação nos dias de Momo. Em casa, o programa pode ser realizado juntando-se o óleo usado em uma garrafa que poderá ser entregue em um dos postos de recolhimento. Mais informações no site “Trata Óleo”.

Em “Há 50 anos”, a célebre edição de 3 e 4 de março de 1973 -  “Tomba um homem: A morte de Américo Ventura Filho”. É um deleite ler os depoimentos sobre a sua pessoa. Mesmo quem não teve o prazer de conhecê-lo, classe onde me incluo, é possível avaliar o quanto o sr. Américo “foi um autodidata, mas, tivessem as circunstâncias o favorecido, seria um mestre em qualquer especialidade, pois, fibra, determinação e curiosidade jamais lhe faltaram...”.

Muitos foram os depoimentos em sua honra, como bem Nelson Kemp o definiu: “Américo Ventura Filho vinha de uma época em que a palavra valia mais do que qualquer documento assinado. Ventura tombou – por glória de tudo o que ele foi – nos braços da história de Nova Friburgo. Venturinha: Um exemplo a seguir...”. “Um homem do tempo antigo”, tão moderno para antigamente e tão necessário hoje. Quem deixa legado de honra é honrado eternamente!

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A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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