Sem barulho

Paula Farsoun

Com a palavra...

Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Nem todo mundo quer o barulho a todo instante. Nem toda hora é hora para expressar uma opinião. Aliás, não necessariamente temos opinião formada sobre todas as coisas o tempo todo. Tem gente que gosta de ficar quietinho. Que precisa maturar suas ideias. Que prefere retrair para depois avançar. Há silêncios necessários. Pausas estratégicas. Pensamentos que precedem as falas. Um passinho de cada vez.

A coisa está tão confusa que não raras vezes o julgamento social recai justamente sobre quem opta por não estabelecer o conflito, aliás, mais um conflito dentre os tantos existentes. Há que se entender que tem gente que opta pela paz e que de uma maneira mais singela expõe para o mundo a que veio. De passagem, claro, mas não indiferente.

Conceitos preestabelecidos. Comportamentos repetitivos. Ecos inconscientes levando a lugar nenhum. Outras tantas manifestações alcançando os fins pretendidos. E além. De um lado, pensamentos e sentimentos sem voz. De outro, o grito. E a coexistência entre eles faz da sociedade um ambiente plúrimo, consistente e complexo. E que bom que seja assim. Liberdades liberadas. Expressões expressadas. Silêncios, silenciados.

Tem gente que acha que tem monstro esperando o apagar da luz. Tem gente que quer ser o monstro, ou o amigo do monstro. Tem ainda aqueles que não acreditam em monstros. E outros que acendem a luz. Todos existindo e coexistindo, enriquecendo a diversidade, construindo pontes, tecendo diálogos, abrindo mentes, restaurando coisas, salvando gente, defendendo ideologias, batalhando por si, por todos. Qual valor tem essa liberdade? Incalculável.

E se pudesse sucumbir ao silêncio, talvez fosse para dizer sobre ética e liberdade, para levantar essas bandeiras e gritar que a censura não passará, a mitigação das liberdades individuais não passará, que estado de exceção não passará. Que evoluir democraticamente é muito para não continuar.

Que o silêncio pode fazer todo sentido para um e ou outro nesse momento e enquanto ele for, apenas, opcional.

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Paula Farsoun

Com a palavra...

Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.

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