Gasolina, diesel e gás vão ficar mais baratos

Lucas Barros

Além das Montanhas

Jovem, advogado criminal, Chevalier na Ordem DeMolay e apaixonado por Nova Friburgo. Além das Montanhas vem para mostrar que nossa cidade não está numa redoma e que somos afetados por tudo a nossa volta.

quarta-feira, 17 de maio de 2023

Na manhã da última terça-feira, 16, a Petrobras anunciou o fim da Política de Paridade de Importação (PPI) adotada há mais de seis anos. A estatal anunciou a adoção de um novo modelo para definir o preço dos combustíveis e as reduções no valor do diesel, da gasolina e do gás de cozinha já foram divulgadas. Afinal, o que mudou na prática para o consumidor final?

Política de paridade de importação

Desde 2016, ainda durante o governo de o ex-presidente Michel Temer, a estatal adotou a Política de Paridade de Importação, que determinava o preço dos combustíveis que nós usamos no dia-a-dia (gás de cozinha, diesel, gasolina), baseado na cotação do dólar e no valor cobrado no mercado exterior.

Apesar de pagarmos em reais, os valores praticados se vinculavam ao preço do mercado internacional, usando como referência o preço do barril de petróleo - que é calculado em dólar. Ainda que controverso, com esse modelo a Petrobras alcançou recordes de lucros e distribuição de repasses financeiros para os seus acionistas.

Somente no segundo semestre de 2022, a empresa efetuou o repasse histórico de R$ 87,8 bilhões para os seus acionistas. O valor do montante total dos repasses do ano passado foi de R$ 217 bilhões, o que é três vezes mais do que pago pela companhia somente no ano de 2021 – momento já de alta dos combustíveis.

Em contrapartida, nós - os consumidores finais - não possuíamos os mesmos privilégios e pagávamos essa conta. Com a subida do dólar, o brasileiro sofreu com os patamares recordes na história do preço da gasolina nos últimos anos - chegando a custar R$ 8,90 em cidades do nosso Estado.

Em entrevista coletiva, Jean Paul Prates, atual presidente da Petrobrás, afirma que o mesmo combustível que era extraído, refinado e produzido em reais, era cobrado em dólares: "Paridade de importação era uma abstração. Pegar preço lá fora, colocar aqui dentro como se tivesse produzido lá fora, só que na porta da refinaria daqui".

Um levantamento, em 2022, feito pelo site de consultorias Global Petrol Prices indicou que o preço da gasolina está 15% acima da média praticada em 170 países do mundo. Assim, o valor da gasolina brasileira esteve, à época, entre uma das mais caras do mundo.

No entanto, o levantamento feito pela pesquisa, não levou em conta o poder de compra da população – ou seja, quanto a população ganha e o quanto pode gastar com combustíveis - fazendo com o que a situação brasileira fosse ainda mais delicada e nós pagássemos essa salgada conta.

Com a PPI em vigência, a estatal não possuía qualquer autonomia para contrabalancear as grandes variações e nem para evitar que as fortes repercussões no Brasil chegassem ao consumidor. E assim, esses aumentos, em efeito cascata, refletiam para diversos setores, dentre eles: transporte, alimentício, bens, serviços, entre outros.

Nova política de preços e os valores

Na nova política de preços da companhia, a Petrobras apontou que não deixará de acompanhar as cotações internacionais do petróleo e seus derivados. Reforça que os reajustes continuarão, sem periodicidade definida, somente evitando repasses repentinos ao consumidor diante das variações das cotações internacionais e do valor do dólar.

A proposta sinaliza ainda um ponto de equilíbrio entre os interesses dos acionistas e o papel social da estatal defendido pelo governo, voltado para atender a expectativa do consumidor brasileiro por valores mais baixos e pela necessidade de reinvestimentos no refino dos combustíveis.

O presidente da Petrobras, em entrevista coletiva, assegura que a nova política de preços da estatal não será influenciada pelo Governo Federal. Por fim, explicou que o valor praticado na revenda dos produtos, no entanto, também não será controlado pelo governo.

As distribuidoras da companhia, já divulgaram as primeiras quedas nos preços do diesel, da gasolina e do gás de cozinha (GLP):

  • Na “gasolina A”: houve uma redução de R$ 0,40 por litro (-12,6%);
  • No “diesel A”: houve uma redução de R$ 0,44 por litro (-12,8%);
  • No gás de cozinha (GLP): redução de R$ 8,97 por botijão de 13 quilos (-21,3%).

Segundo a empresa, as denominações "gasolina A" e "diesel A" se referem ao combustível puro – antes da mistura com álcool e biodiesel, respectivamente. Sendo importante lembrar que a nossa legislação permite a composição da gasolina com o percentual de aproximadamente 25% de etanol.

Por fim, a companhia reforça que ainda que não tenha a gerência sobre o valor das revendas, o cenário é de boas expectativas para a lucratividade da empresa e para os consumidores, sendo plenamente possível praticar o valor do botijão de gás para o consumidor final abaixo dos R$ 100.

Alguns postos da cidade de Nova Friburgo já tiveram reajuste no valor dos combustíveis. Por certo, a gasolina que aumentou periodicamente desde 2016, nos proporciona um respiro. Ainda que não pareça, são centavinhos no final do mês que fazem a diferença não somente nos combustíveis, mas em todos os bens e serviços que precisam de transporte.

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