O mestre do jornalismo, escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) tem uma íntima relação com A VOZ DA SERRA e nesta edição comemorativa não poderia deixar de participar. Primo de nosso patrono, o saudoso Laercio Ventura, Mestre Zu, é mineiro, mas um friburguense de coração. Afinal, aqui passou parte da infância e juventude. Desceu a serra para trabalhar e na imprensa nacional fez brilhante carreira. Zuenir, no entanto, faz questão de não deixar seus laços para trás.
Apaixonado por Nova Friburgo, tem por A VOZ DA SERRA um carinho especial. Ele parabeniza a diretora Adriana Ventura, por seu empenho em manter o jornal atuante. Afinal, manter a circulação ininterrupta por 75 anos acompanhando a modernidade com a divulgação das notícias de Nova Friburgo também pelas demais plataformas digitais, é uma conquista e tanto. E Zuenir, mais do que ninguém, sabe que essa é uma tarefa árdua. Em uma de suas muitas entrevistas concedidas para nossa equipe, ele disse com propriedade: “Fazer jornal no Rio é fácil. Quero ver é fazer jornal em Friburgo. São dificuldades de toda a ordem. De anunciantes, de pessoal, de equipamento e até de leitores. No interior as pessoas ainda preferem os jornais de fora, o que é um contrassenso, pois é mais importante ver no jornal o que acontece na nossa cidade”, disse.
Ele conta que em alguns momentos pensou que o jornal não fosse aguentar. “O Laercio passava noites em claro pensando em como resolveria tantos problemas. Era o pagamento do pessoal — que jamais atrasou um só dia — a máquina que quebrava, mil problemas. Conversava muito com Laercio e eu sempre ficava com medo de A VOZ DA SERRA acabar ou sair da nossa família. Agora, quando converso com Adriana, vejo que nada mudou. Ela herdou as mesmas dificuldades de seu avô e de seu pai e segue firme nessa árdua missão”, disse.
Em tempos de fake news, Zuenir observa que hoje todo mundo é repórter, mas apuração é fundamental. “Dá trabalho e deve ser feita por jornalistas profissionais. A internet trouxe vantagens, possibilidades de externar opiniões, mas trouxe equívocos também, como, por exemplo, achar que jornalismo é gravar um acidente, descrever o que está ‘vendo’. Na verdade, a pessoa não está apurando nada, não está assumindo nenhum compromisso com o que está relatando. As redes sociais são um mundo sem lei, sem critério. Há exceções, naturalmente”, observa Zuenir ressaltando que o verdadeiro jornalismo não está nas redes sociais e não se deve nunca esquecer a ética que rege a profissão. “Jornalismo é apuração, investigação, confirmação, reafirmação. É algo trabalhoso”, reiterou.
Parabéns pelos 75 anos, A Voz da Serra!!!
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