1945. O ano do nascimento de A VOZ DA SERRA. Um ano marcante, mudou a vida do mundo, do Brasil e de Nova Friburgo. Segunda Guerra Mundial, eixo, diversos aliados.
Aliados lutaram pela liberdade e a democracia. Estado Novo da era Vargas entrou na contramão da história. Sem dúvida, um ano de grandes acontecimentos.
7 de abril. Primeira edição de A VOZ DA SERRA.
2 de maio. Término da Segunda Guerra Mundial, vitória dos aliados.
29 de outubro, queda do Estado Novo e fim da ditadura Vargas. O ministro José Linhares assumiu a presidência. Eleições foram marcadas, o ideal democrático tornou-se realidade.
A VOZ DA SERRA participou efetivamente da nova realidade nacional. Os antigos políticos voltaram ao seu lar em novos partidos: PSD e UDM lutaram pela hegemonia nacional, estadual e municipal.
Sindicatos foram criados em defesa dos interesses das categorias. Os estudantes fundaram o parlamento estudantil de Nova Friburgo. A VOZ DA SERRA e os já extintos semanários, A Paz e O Nova Friburgo, atuaram como porta vozes dos anseios e desejos do povo friburguense.
Em 1953, as dificuldades de ordem material aumentaram e atingiram também A VOZ DA SERRA, que esteve prestes a encerrar as suas atividades, quando Américo Ventura Filho adquiriu as cotas da pequena editora do jornal.
Américo Ventura Filho, um Venturinha. Um neto. Homem de caráter e honestidade. Respeitado, amado e admirado por toda Nova Friburgo, assumiu o comando da nova etapa de A VOZ DA SERRA. Diretrizes foram adotadas e passaram a caracterizar o seminário, como a absoluta independência, total liberdade de ação, isenção e não subordinação a qualquer grupo: financeiro, religioso, político, sindical, social ou esportivo.
Fidelidade à verdade, apoio as ações que visavam o desenvolvimento de Nova Friburgo. O dinamismo, a capacidade criadora e de trabalho do Venturinha enfrentou corajosamente as dificuldades e obstáculos da imprensa do interior. Em 1964, um novo regime foi imposto. As dificuldades aumentaram e A VOZ DA SERRA não se curvou. Suas diretrizes de ação continuaram as mesmas.
Em 23 de fevereiro de 1973, Américo Ventura Filho faleceu e com ele uma página da historia friburguense também se encerrou. Seu filho, Laercio Rangel Ventura, então, tornou-se o novo responsável pelo jornal dividindo suas atividades como diretor da Indústria Sinimbu. Trabalhador incansável, seu tempo passou a ser dedicado exclusivamente sem descanso ao jornal e a indústria. E ele foi obrigado a uma opção: A VOZ DA SERRA foi a escolha. Herdeiro das virtudes, capacidades e dinamismo de seu pai, mantendo as mesmas diretrizes.
O jornal sob sua direção, entrou em uma nova fase: modernizou-se, impressão colorida, novas colunas e sessões. Atuação marcante e influente na sociedade. Em 3 de fevereiro de 2013, faleceu Laercio Rangel Ventura, que ainda em vida recebeu as maiores homenagens de reconhecimento ao seu trabalho. A comenda Barão de Nova Friburgo, concedida pela Câmara Municipal e a Medalha Tiradentes, do Legislativo estadual.
Adriana Ventura, sua filha, neta de Américo, terceira geração dos Ventura assumiu então a direção e a responsabilidade de manter A VOZ DA SERRA, tem árdua missão: continuar a brilhante trajetória do jornal feito com um homem só, com auxilio de um tipógrafo e uma impressora de terceira ou quarta mão, adquirida no interior de Minas Gerais.
Nos dias de hoje, o diário ultramoderno, rivaliza com os grandes jornais brasileiros. Sem a publicidade e a cobertura financeira dos mesmos, transformou-se numa empresa com sede própria e diversos profissionais. Adriana Ventura continua essa trajetória progressista e vitoriosa, mantendo as diretrizes de absoluta independência, total liberdade de ação, isenção e não subordinação a quaisquer grupos. Fidelidade a verdade, apoio as ações que visam o desenvolvimento de Friburgo. Neste dia de hoje A VOZ DA SERRA comemora, com orgulho, 75 anos de uma voz que não se cala.
*Fernando Ventura é professor, educador e ex-funcionário do extinto Banco Nacional da Habitação (BNH) e no próximo mês de agosto vai completar 90 anos de idade.
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