Mesmo com a possibilidade de diversas dinâmicas de compra e venda online, o hábito tradicional e nostálgico de escutar grandes obras pelo toca-discos voltou com força para todos os amantes da boa música. Ao contrário do que a maioria das pessoas acredita, os antigos hábitos — sejam eles a regravação de uma música ou até mesmo uma tendência marcante na moda — voltam quando menos se espera. E, claro, isso não poderia ser diferente com o mercado musical.
Surgimento dos LPs
Essa invenção surgiu no final da década de 40, mais precisamente em 21 de junho de 1948. O primeiro disco de vinil, lançado pela Columbia Records, tinha 12 polegadas e 33 1⁄3 rotações por minuto. Na época, a novidade continha uma gravação de Mendelssohn’s Concerto In E Minor, tocada e interpretada pelo violinista ucraniano, Natham Milstein.
O artista era e ainda é considerado como um dos melhores e mais virtuosos musicistas do século 20, uma vez que ele se destacou mundialmente devido as suas versões das obras de compositores renomados na música erudita, como Paganini, Tchaikovsky e Beethoven.
Este formato inicial dos LPs foi fundamental para criar uma padronização no mercado, uma vez que existiam discos de formatos e rotações distintas. O modelo do aparelho e a frequência de eletricidade do local também influenciavam no produto final, visto que sem essa convenção, as mesmas músicas eram tocadas de maneiras diferentes pelos consumidores.
Além disso, o vinil também teve um papel importante em relação à duração dos áudios disponibilizados para o público. Segundo Andy Linehan, curador da Biblioteca Britânica, antes era possível ouvir somente três minutos de um lado do disco e, após a mudança, as pessoas podiam colocar até 20 minutos no Lado A e no B.
“De repente, por conta dos sulcos mais estreitos e uma velocidade mais lenta, houve a possibilidade de colocar uma obra clássica inteira em um lado de um disco. Dessa forma, algo que é corriqueiro para nós, foi viabilizado: várias músicas compiladas em um mesmo vinil”, afirma Andy.
Até pouco tempo antes do lançamento revolucionário da Columbia Records, os vinis eram comercializados em kits, assim como é feito com uma coleção de livros, por exemplo, na qual o ouvinte tinha que tocar cada um dos LPs para ouvir o álbum ou a obra completa de um determinado artista.
Novas gerações
De fato, o isolamento social e a pandemia da covid-19, foram os principais motivos por trazer essa moda de volta. Mas, o que realmente alavancou as vendas desse produto, em 2020 e 2021, foi o e-commerce. Além dos colecionadores, as gerações mais novas acabaram conhecendo os vinis e aderiram rapidamente ao formato. Ou seja, mesmo que até pouco tempo atrás ainda se comprava os discos nos anos 80 e 90, agora o público consumidor também inclui as gerações Z (1995 - 2009) e Alpha (a partir de 2010).
Retirar o vinil da capa, limpá-lo, preparar o toca-discos, posicionar a agulha, quando comparado a escutá-las por plataformas de streaming, com certeza é um ritual cheio de significados. É como uma herança cultural tornando-se um objeto de arte que não pode ser esquecido.
Com isso, esse item volta a ser rentável para artistas e suas gravadoras, gerando uma alta demanda e aumento nos preços, que atualmente tem movimentado milhões de dólares no mundo com lançamentos e relançamentos.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Recording Industry Association of America (RIAA), no primeiro semestre de 2020 a venda de LPs superou a de CDs. Algo surpreendente que não ocorria desde a década de 80. Essa procura chegou a dobrar no início de 2021, quando comparado ao mesmo período em 2020, resultando em um aumento de 19,2 milhões de vendas.
Já o levantamento feito pela MRC Data (antiga Nielsen SoundScan), os Estados Unidos são considerados como o maior consumidor do planeta e obteve um crescimento expressivo, vendendo mais de 27,5 milhões de cópias em 2020.
Tendo em vista esses dados, é mais que certo dizer que o potencial de comercialização dos discos de vinil só tende a crescer e se desenvolver nos próximos anos.
Capas icônicas
Não importa a mídia utilizada, seja em vinil, CD ou o formato digital, a capa de um álbum musical é sempre a primeira forma de interação do artista com seu público. Ao apreciar o conceito e analisar os detalhes gráficos de um álbum, você passa a compreender melhor a obra, como se compartilhasse a visão do músico sobre o projeto.
Desde a fantástica ideia de Alex Steinwess, em 1939, de transformar a embalagem dos discos em verdadeiras obras-primas, que revolucionariam o design, milhares de capas encheram os olhos dos fãs de música.
Encerrando esta homenagem ao Dia do Disco, apreciem, revejam ou conheçam algumas dessas obras, até hoje objetos de desejo de tantas gerações:
(Fonte: https://www.antena1.com.br/SET.2021)
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