"Uma nova paralisação trará uma crise sem precedentes, em efeito cascata"

Em artigo, consultor empresarial Júnior Brunhol alerta sobre os perigos da segunda onda de Covid em Friburgo
sexta-feira, 22 de janeiro de 2021
por Júnior Brunhol*, especial para A VOZ DA SERRA
O coach e consultor empresarial Júnior Brunhol
O coach e consultor empresarial Júnior Brunhol

“Estamos na segunda onda da Covid-19 e muito se tem divergido se é momento de fecharmos tudo novamente ou mantermos os negócios funcionando. Alguns setores defendem o lockdown ou um distanciamento social mais rígido, funcionando apenas serviços considerados essenciais, como forma de achatar a curva de contaminação do vírus. Outros, no entanto, defendem a importância da manutenção das empresas abertas, visando a manutenção de empregos e também da economia, entendendo que com o enfraquecimento da economia, as consequências seriam ainda mais terríveis para as pessoas.

Além da pandemia da Covid-19, responsável por derrubar o sistema de saúde em todo o mundo, estamos vivendo outras crises como a da desinformação, das notícias falsas, da falta de empatia pelo próximo, do agravamento dos problemas psicológicos e familiares, além de uma grande crise financeira, provocada pelo alto nível de desemprego e um número enorme de falência de empresas.

Se não bastassem todos estes problemas, estamos divididos em nossos debates, enaltecendo ou denegrindo pessoas de acordo com suas posições políticas e ideológicas. Para cada assunto possuímos pontos de vista distintos. Uns são de esquerda, outros de direita. Um grupo a favor do uso de máscaras, outro contra. Temos pais que defendem a volta às aulas, outros não. E se não bastasse o vírus, estamos permitindo nos afastar ainda mais uns dos outros. Enquanto isso, vemos os números de infectados aumentarem, a capacidade dos hospitais esgotar e a pergunta que fica é: é o momento de fechar ou permanecer com as empresas abertas? Qual lado está certo?

As respostas para estas dúvidas não são tão simples assim. Como consultor de empresas tenho acompanhado o dia a dia de muitas empresas neste último ano. Tenho visto a dor e o sofrimento de vários empresários verem tudo que conquistaram, fruto de um trabalho de anos se perder, além de todo o sofrimento de não conseguir garantir um salário para seus colaboradores em virtude da falta de vendas.

Quando fomos atingidos no início do ano passado pelo coronavírus, foi disponibilizado uma ajuda grande dos governos federal e municipal, prorrogando títulos,  suspensão de contratos de trabalho, empréstimos para empresas e também o auxílio emergencial, que ajudou muito para que a economia não parasse. Essas ações garantiram a sobrevivência de muitas empresas e o emprego de milhões de pessoas. Sentimos o golpe, é verdade, mas muitos negócios conseguiram se manter de pé.

Estamos agora, diante de um problema ainda maior. A segunda onda vem de encontro a empresas que ainda se recuperam de todo o baque sofrido em 2020, que sofrem com o mercado recuado em virtude do próprio medo das pessoas com a imprevisibilidade do futuro e até o momento ainda não foi divulgada nenhuma ajuda com o intuito de preservar estes negócios.

Toda esta situação está muito além de questionar se um empresário se importa mais com vidas ou com sua empresa. Acredito que uma nova paralisação trará uma crise sem precedentes para o comércio, indústria e serviços. Consequentemente agravará o número de desempregos e também a arrecadação de nosso município. É um efeito cascata. A empresa fechada não vende, não vendendo não paga impostos e não consegue manter os colaboradores. Sem os impostos, o governo (união, estados e municípios) fica sem recursos para comprar até mesmos os insumos para tratar os doentes e garantir os salários do funcionalismo público.

Não estou de maneira nenhuma aqui defendendo a liberação irrestrita e o abandono das regras de funcionamento, porém precisamos ir além, visando salvaguardar a saúde e também os negócios e empregos. Ainda levaremos um longo tempo até todos sermos vacinados. É preciso intensificar a cobrança nos estabelecimentos para que os mesmos sigam as normas e penalizar de forma rígida os que não estão seguindo as orientações.

Outras ações também são bem vistas como ampliação do horário de funcionamento e horário específico para atendimentos a grupos de risco. Cabe a nós, moradores, ajudar nosso município comprando de empresas que tem se adequado a todas as normas de segurança e muitas delas já estão fazendo sua parte. Cabe a nós também reconhecer o esforço destes empresários.

Acredito que chegou o momento de esquecermos as diferenças ideológicas e pensarmos juntos em uma solução única, de todos, afinal de contas, toda vida é importante. Todos queremos uma Nova Friburgo melhor. É a cidade que amamos! Desejamos uma melhor estrutura de saúde, com leitos e respiradores disponíveis para todos, mas uma economia forte é imprescindível para garantir isso.  

Faça sua parte! Se proteja! Temos pela frente o desafio de salvar vidas e preservar a estabilidade econômica, por isso, compre do comércio local. Precisamos que o dinheiro permaneça em nosso município e adquira produtos e serviços de empresas que estão fazendo a sua parte. É tempo de juntarmos forças!

*Júnior Brunhol é coach, consultor empresarial e graduado em Administração  

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