UFRJ alerta para sobreposição de ondas da pandemia de Covid-19

Grupo de trabalho para enfrentamento do coronavírus emite nota técnica defendendo medidas restritivas urgentes
terça-feira, 01 de dezembro de 2020
por Jornal A Voz da Serra
O gráfico da média móvel de sete dias dos casos confirmados de Covid por milhão de habitantes de Alemanha, Espanha, França, Itália e Reino Unido (Fontes: European CDC e UFRJ)
O gráfico da média móvel de sete dias dos casos confirmados de Covid por milhão de habitantes de Alemanha, Espanha, França, Itália e Reino Unido (Fontes: European CDC e UFRJ)

O Grupo de Trabalho para Enfrentamento da Covid-19 da UFRJ emitiu nesta segunda-feira, 30,  uma nota técnica alertando para o aumento acelerado de casos da doença sem ter ocorrido o término da primeira onda de contágio. Os dados sugerem que há uma nova onda se sobrepondo à primeira, fato que torna o problema ainda mais grave e complexo, principalmente em virtude de aglomerações desnecessárias. A nota técnica defende a adoção de diversas medidas.

Segundo a nota, neste momento países europeus como Alemanha, Espanha, França, Itália e Reino Unido 1 enfrentam uma segunda onda da pandemia e, para reduzir a disseminação do coronavírus, recorreram a uma série de restrições de mobilidade.

"No Brasil, assistimos ao aumento acelerado de casos sem ter ocorrido o término da primeira onda. Os dados sugerem uma nova onda sobrepondo-se à primeira. Isso torna o problema mais grave e complexo. A população está há mais de oito meses com restrições de mobilidade. No entanto, muitos, especialmente os mais jovens, têm se aglomerado em festas, bares, praias e outros eventos sociais", afirma a nota, acrescentando que as eleições  também geraram aglomerações.

Ainda segundo o estudo, o impacto do novo aumento de casos está se refletindo no aumento da demanda no Centro de Triagem e Diagnóstico (CTD) da UFRJ. 

"A média móvel de sete dias do percentual de ocupação de leitos de suporte à vida da Rede SUS no município (do Rio de Janeiro) está em 102,1%. Ou seja, não há vagas para internação. Como reflexo disso, existe grande sobrecarga das emergências dos hospitais e das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). O risco de ocorrerem óbitos sem que o paciente seja internado é elevadíssimo. São dados extremamente preocupantes. Estamos evoluindo em curto período para o colapso da rede de assistência aos pacientes, especialmente os mais graves. Ao se caracterizar tal situação, o momento será ainda mais dramático, pois ao longo do processo pandêmico aprendemos a lidar melhor com os casos graves e, atualmente, a probabilidade de cura é maior do que no princípio da pandemia, desde que o paciente consiga acesso aos serviços de saúde", afirma a nota. 

Entre as medidas, a nota defende  a abertura imediata de leitos hospitalares, incluindo os de UTI, para absorver a crescente demanda por vagas; a contratação emergencial de profissionais de saúde para atuarem nesses leitos; a aquisição emergencial de equipamentos e insumos necessários para a assistência aos pacientes; a realização de ampla testagem por RT-PCR em todos os casos suspeitos, com rastreamento de seus contatos; o isolamento dos casos e contatos com RT-PCR positivo; o reforço das campanhas de esclarecimento sobre as medidas preventivas; a ampliação da oferta de transporte público a fim de evitar aglomeração; a  suspensão imediata de eventos presenciais, sejam sociais, esportivos ou culturais; o fechamento das praias; a limitação e escalonamento do horário de funcionamento de estabelecimentos que permanecerem abertos; rigorosa fiscalização dos estabelecimentos abertos; avaliação da decretação de lockdown caso o cenário epidemiológico da doença se mantenha ou se agrave.

Leia a íntegra aqui.

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