Trânsito: monitoramento por câmeras completa 1 ano

Se antes era comum aquela aceleradinha no sinal amarelo, agora nota-se o contrário, para evitar multas
terça-feira, 11 de agosto de 2020
por Fernando Moreira (fernando@avozdaserra.com.br)
(Foto: Henrique Pinheiro)
(Foto: Henrique Pinheiro)

O sistema de monitoramento por câmeras instalado em 30 cruzamentos de Nova Friburgo para coibir os avanços de sinal e garantir mais segurança a motoristas e pedestres, completa um ano de funcionamento nesta quarta-feira, 12. Nesse período, estima-se que cerca de 20 mil multas foram emitidas. Apesar do alto número de infrações, os motoristas já estão adaptados ao sistema e mostram mudanças de hábitos ao volante.

A VOZ DA SERRA solicitou à Prefeitura de Nova Friburgo um balanço com o número de multas aplicadas neste primeiro ano do monitoramento, no entanto, até o fechamento desta edição não recebemos resposta. Porém, considerando que nos primeiros seis meses foram emitidas pouco mais de dez mil multas por avanço de sinal vermelho, estima-se que em um ano esse número tenha chegado a pelo menos 20 mil ou próximo disso. Isso equivale a uma média de quase 1.700 infrações por mês, ou cerca de 55 por dia – uma média de quase quatro autuações por hora nos sinais da cidade, levando-se em consideração que os 15 equipamentos só multam os avanços de sinal das 6h às 22h, apesar de captarem imagens 24 horas por dia.

Os pontos que registraram o maior número de infrações nos primeiros seis meses de monitoramento foram a esquina da Avenida Euterpe Friburguense com a Rua Padre Yabar; e o cruzamento da Avenida Rui Barbosa com a Rua Aristão Pinto (que dá acesso à ponte da Rua Sete de Setembro).

Com um sinal de tamanho maior, com luzes de LED que indicam a contagem regressiva para o fechamento e a certeza da multa em caso de deslize fizeram os motoristas friburguenses mudarem hábitos enquanto estão dirigindo. Se antes era comum aquela aceleradinha quando o sinal ficava amarelo, agora nota-se o contrário. Por prudência, a maioria dos motoristas prefere parar a arriscar uma multa. Com isso, a atitude torna-se um hábito e pode ser observada até mesmo nos sinais onde o equipamento ainda não foi instalado. Claro que não é uma regra, alguns motoristas ainda insistem em cometer infrações. Mas é uma mudança que pode estar vindo para ficar.

“Eu atravesso o sinal da Praça do Suspiro várias vezes ao dia e já percebi uma mudança no comportamento de motoristas. Quando o sinal fica amarelo, os motoristas já estão parando o veículo. Antes, avançavam até o último segundo de mudança para o sinal vermelho. Isso quando não avançavam com o sinal já fechado”, opinou a assistente social Jaqueline Alves. 

O motociclista Fabiano Lages confessa que ficou mais cauteloso depois que o monitoramento entrou em operação. “Eu já furei vários sinais quando não havia veículo passando em cruzamentos. Qual motorista nunca fez isso? Agora fico com receio. A multa é salgada”, disse ele.

Infração gravíssima

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) estabelece que avançar o sinal vermelho é uma infração gravíssima, punida com multa de R$ 293,47 e a perda de sete pontos na carteira. Ainda segundo a legislação de trânsito, se a infração for seguida de um acidente que termine em lesão corporal grave ou morte, o motorista também responderá criminalmente. Parar sobre faixa de pedestres na mudança de sinal é uma infração leve, com multa de R$ 130,16 e gera a perda de três pontos na carteira de habilitação. 

Montante arrecadado

Levando-se em consideração que a multa por avanço de sinal vermelho custa R$ 293,47, isso pode corresponder a uma arrecadação de R$ 5.869.400 aos cofres do município. No entanto, segundo a prefeitura, “não é possível fazer um levantamento preciso, pois além de haver um prazo para as pessoas receberem a multa, há um prazo para pagamento. Além disso, muitos só pagam junto com a taxa anual ou quando transferem o veículo”. A prefeitura reforça ainda que “tudo o que é arrecadado pela Smomu é depositado no Fundo de Mobilidade Urbana e os recursos são aplicados em ações de mobilidade no município”.

Quanto custa o sistema

A empresa Eletrosinal, vencedora da licitação, foi a responsável pela instalação dos equipamentos e também faz a manutenção dos mesmos ao custo anual de R$ 1.876.800. Além desse valor, de acordo com o Diário Oficial eletrônico de Nova Friburgo de 24 de julho, foi publicado um extrato de instrumento contratual entre a prefeitura e a empresa Eletrosinal, informando que o valor empenhado até dezembro de 2020 é de R$ 635.000.

A central de monitoramento funciona na Secretaria Municipal de Ordem e Mobilidade Urbana (Smomu), no bairro Olaria. As infrações são captadas automaticamente pelo sistema e, posteriormente, validadas pelos servidores da central de monitoramento. O motorista multado recebe na notificação todas as imagens de comprovação da infração em foto e, se quiser, poderá assistir às gravações.

Pontos monitorados

Avenida Comte Bittencourt x Rua Augusto Cardoso; Av. Comte Bittencourt x Rua Francisco Miele; Av. Galdino do Valle Filho x Ponte Branca; Av. Santos Dumont x Rua Francisco Miele; Rua José Ruiz Boléa x Rua Sete de Setembro; Av. Rui Barbosa x Rua Aristão Pinto; Av. Rui Barbosa x Rua Henrique Zamith; Av. Euterpe Friburguense x Rua Padre Luís Yabar; Praça Marcílio Dias; Av. Barão de Nova Friburgo / Conselheiro Julius Arp x Alameda Joseph Walter Vogt (mão inglesa); Alameda Barão de Nova Friburgo x Rua Bahia; Via Expressa x Rua Maria D'Ângelo Magliano; Av. Governador Roberto Silveira, na altura da padaria Fripão; Av. Governador Roberto Silveira x Rua Joaquim de Macedo Soares.

 

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