O friburguense terá que apelar para uma dança da chuva se quiser tentar mudar o clima nesta reta final do inverno. Nas previsões do Climatempo, os dias continuarão ensolarados, quentes e secos até pelo menos 22 de setembro, quando começa oficialmente a primavera, com 60% de chances de chuva à tarde e à noite.
Até lá, no entanto, essas previsões podem sofrer atualizações. Por enquanto, o Climatempo crava temperaturas não inferiores a 16 graus e máximas de até 29 graus na “Suíça Brasileira”.
Os meteorologistas apostam, no entanto, em uma primavera mais chuvosa que o normal, sobretudo em outubro, devido à crescente probabilidade de um resfriamento das águas do Pacífico equatorial devido ao fenômeno La Niña, que ainda se apresenta fraco.
Segundo o Somar, serviço de meteorologia da Marinha, uma simulação da Universidade de Colúmbia indica uma primavera com chuva acima da média no Rio de Janeiro, o que não quer dizer, no entanto, que a chuva será bem distribuída. Dos três meses da nova estação, outubro promete ser o mais chuvoso; setembro ainda quente e seco; e novembro ligeiramente mais frio.
Para o Climatempo, os principais centros internacionais de monitoramento do clima global concordam que as condições atmosféricas e oceânicas observadas hoje são condizentes com o desenvolvimento do evento La Niña, que vai influenciar o clima no planeta especialmente no verão.
O Brasil já sente os efeitos do resfriamento das águas do Pacífico: as frentes frias e massas de ar polar que chegam à Região Sul não têm atingido o Sudeste, desviando-se rapidamente para o Atlântico.
Perigo das queimadas
Como A VOZ DA SERRA noticiou no início do mês, o Mapa Monitor de Secas, da Agência Nacional de Águas (ANA), revela que sete estados brasileiros, entre eles o Rio de Janeiro, registraram aumento das áreas de seca de junho para julho. No Estado do Rio, de junho e julho, as áreas de seca quase dobraram, saltando de 50,11% para 93,79% do total.
Em Nova Friburgo, segundo outra reportagem de A VOZ DA SERRA, somente este ano, até agosto, já foram registradas 180 ocorrências de fogo em vegetação, com uma área total atingida superior a 400 mil metros quadrados – o equivalente a aproximadamente 56 campos de futebol.
Para o comandante do 6º Grupamento de Bombeiros Militar (GBM) de Nova Friburgo, tenente-coronel Thiago Nunes Alecrim, apesar dos números alarmantes, a situação em 2020 ainda é melhor do que a registrada em anos anteriores: “Esse ano estamos com uma estatística menor. A umidade do ar tem ficado elevada quando comparada ao ano passado, o que reduz um pouco a velocidade de expansão dos incêndios florestais”, disse o comandante.
Focos em Stucky, Lumiar e Amparo
No feriado desta segunda-feira, 7, agentes da equipe da Área de Proteção Ambiental Estadual Macaé de Cima, administrada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão ligado à Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (Seas), salvaram um grupo de pessoas que estava preso em um incêndio na Trilha da Pedra Riscada, em Lumiar. Por causa do fogo, três rapazes ficaram presos na mata e precisaram de resgate.
O gestor da APA, Ricardo Voivodic, acionou os bombeiros, que já estavam providenciando uma aeronave para apoio, mas não chegou a ser preciso, pois os guarda-parques conseguiram viabilizar a saída do grupo em segurança. O fogo foi debelado.
Já a leitora Maria Glória Moura disse que neste sábado, 5, um fogo inicialmente de pequeno porte, no Km 7 da Estrada Mury-Lumiar, em Stucky, evoluiu em poucas horas para um incêndio de grandes proporções, que destruiu boa parte de mata.
Houve ocorrências também em Amparo. A VOZ DA SERRA aguarda confirmação pelo Corpo de Bombeiros.
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