Neste mês está sendo promovida a campanha Setembro Amarelo, que estimula os debates sobre a necessidade de prevenção ao suicídio e ao acompanhamento e tratamento das pessoas propensas a esse ato bárbaro. No último dia 10, inclusive, foi celebrado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano, aproximadamente 700 mil pessoas morrem em decorrência de suicídio, que é a segunda causa de morte entre jovens de 15 e 19 anos e a quarta, na faixa etária de 15 a 29 anos.
Muitos fatores podem levar ao suicídio, dentre eles, genéticos, biológicos, sociais, uso abusivo de álcool e outras drogas, histórico familiar, abusos e transtornos psíquicos. A campanha Setembro Amarelo deste ano tem como mensagem "Se precisar, peça ajuda!" . A busca por apoio é essencial para a prevenção, lembrando que pedir ajuda é um ato de coragem. Juntos, podemos combater o estigma, salvar vidas e construir uma sociedade mais atenta à saúde mental de todos.
"A principal coisa a ser feita quando qualquer pessoa, independente da idade, der os primeiros sinais de uma depressão e o consequente pensamento de tirar a própria vida é buscar uma terapia psicológica e acompanhamento psiquiátrico, para assim se iniciar o trabalho. Quando uma pessoa tem esses pensamentos suicidas, ela dá sinais, sendo importante as pessoas ao redor, familiares e amigos, principalmente, fiquem atentos a esses sinais e busquem ajuda ", relata a psicóloga Cláudia Saraiva.
Ela ainda ressalta que é possível previnir o suicídio com ajuda e o apoio necessário nos momentos de sofrimento e dor das pessoas propensas ao suicídio. "Esses sinais nunca devem ser ignorados ou deixados para depois, é muito importante falar sobre o assunto de modo claro, pois só assim podemos prevenir", ressalta a psicóloga.
A profissional relata que os comportamentos que devem gerar alerta são, na maioria das vezes evidentes, como por exemplo uma depressão, as tristezas do dia a dia, o isolamento social, o fato de se observar sempre como inferior e vítima de todas as situações. “A família detectando qualquer sinal em relação a isso deve buscar ajuda através de terapia e em alguns casos acompanhamento psiquiátrico," reforça a psicóloga.
Origem da campanha
A campanha Yellow Ribbon (Laço Amarelo) começou nos Estados Unidos, depois que o jovem Mike Emme cometeu suicídio em 1994. Mike tinha 17 anos, era bastante habilidoso e restaurou um automóvel Mustang 68, pintando-o de amarelo. Seus pais e amigos não perceberam que o jovem tinha problemas psicológicos e não conseguiram evitar sua morte.
Em 2003, a OMS instituiu a data 10 de setembro como o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. E o amarelo do Mustang de Mike foi a cor escolhida para representar essa campanha de alerta e prevenção, simbolizada pelo laço amarelo. No Brasil a campanha Setembro Amarelo foi adotada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV). O Conselho de Medicina e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) também abraçaram esta importante causa e ajudam a divulgar esta campanha tão importante.
Como pedir ajuda
No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) é um serviço voluntário de apoio emocional e prevenção ao suicídio para quem precisar conversar. O atendimento está disponível 24 horas por dia pelo telefone 188. O Centro tem como objetivo fazer acolhimento de demandas de suicídio, sob total sigilo, atendo as pessoas por telefone, e-mail, web-chat e skype, não importando sua classe social, cor, religião, sexo ou filiação partidária.
Em Nova Friburgo, as entidades que oferecem ajuda são os Centros de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil (CAPSI - Rua São Roque, 240, bairro Olaria - telefone 22 - 2523 1370) e o CAPS III (Avenida Comte Bittencourt, 142, Centro - telefone 22 - 2523 4206).
*Reportagem da estagiária Laís Lima sob a supervisão de Henrique Amorim
Deixe o seu comentário