Passar mais tempo em casa durante a pandemia do novo coronavírus tem estreitado os laços familiares. Pesquisas recentes, realizadas nos Estados Unidos e Canadá, indicam que os pais estão se sentindo mais próximos de seus filhos e esperam manter essa proximidade quando a quarentena terminar.
Duas pesquisas publicadas pelo Making Caring Common, da Escola de Pós-Graduação em Educação de Harvard, sugerem que quase 70% dos pais nos Estados Unidos se sentem mais conectados com seus filhos.
“Apesar de as mulheres terem ingressado em força de trabalho em grande número nos últimos 50 anos, as mães continuam sendo as principais cuidadoras de crianças”, disse Richard Weissbourd, professor sênior da Escola de Educação de Harvard, diretor do projeto Making Common Caring e coautor do relatório.
“O que estamos vendo aqui é que pais, muitos dos quais haviam sido consumidos anteriormente pelo mercado de trabalho, desenvolveram um novo senso de proximidade com seus filhos durante a pandemia”, completou
O estudo com 1.319 adultos norte-americanos – incluindo 284 pais – perguntou como o relacionamento entre pais e filhos mudou durante a pandemia, constatando que 68% se sentem mais ou menos próximos dos filhos desde a pandemia, 20% se sentem “muito mais próximos” e apenas 1% menos próximo ou muito menos próximo.
A segunda pesquisa procurou saber de que maneira os pais se sentiam mais conectados aos filhos, levando em consideração a opinião de 1.297 pais, incluindo 534 homens. Ter conversas mais significativas com os filhos, conhecê-los melhor e compartilhar com eles mais sobre suas próprias vidas foram algumas das respostas dos entrevistados. Os pais também estão prestando mais atenção aos sentimentos dos filhos e descobrindo novos interesses compartilhados.
Pandemia trouxe impacto positivo
Já o estudo divulgado mês passado pela Ong Canadian Men’s Health Foundation (CMHF), revelou que o fato dos pais precisarem ficar em casa junto dos seus filhos, criou um “novo normal”, tornando a relação entre eles melhor e mais próxima. A pesquisa entrevistou 1.019 pais canadenses sobre o impacto do isolamento social na família durante a pandemia.
Cerca de 40% dos entrevistados consideraram que a pandemia trouxe esse impacto positivo no papel dos pais, enquanto 52% se mostraram ainda mais conscientes da sua importância da paternidade e 60% se sentiram mais próximos dos filhos.
Ainda de acordo com a pesquisa, 64% dos entrevistados disseram estar fazendo mais refeições com seus filhos, incluindo almoços e jantares em família.
O estudo também revelou que quase dois terços dos pais ficaram mais parceiros dos filhos durante o confinamento, e quase metade planeja continuar com esse comportamento, mesmo após o fim da quarentena.
“Embora as famílias tenham enfrentado estresses e desafios com a Covid-19, os pais tiveram uma oportunidade de ouro para reservar um tempo para desacelerar e se conectar com seus filhos”, falou o ministro da Saúde canadense, Adrian Dix.
“Se o bloqueio da doença acelera o movimento dos pais para se envolverem mais com os filhos, isso pode ser um benefício duradouro de uma trágica crise de saúde pública”, afirmou o Dr. Larry Goldenberg, presidente fundador da CMHF.
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