Eu sempre ouvi falar, e mesmo ouvindo, durante a infância e a adolescência, não tinha dimensão do que realmente é a magia do rádio. Ouvinte de nomes como Pedro Osmar, Sergio Ferraz, Ernani Huguenin e Fernando Bonan, eu fiz a opção pelo jornalismo sem sequer imaginar a possibilidade de trabalhar numa emissora de rádio. Contudo, ainda nos meus primeiros passos na faculdade, nos laboratórios e aulas, foi “amor à primeira fala”.
Foi quando, em 2010, um dos mais longevos e tradicionais programas do interior do Estado anunciou a intenção de retomar o quadro de esportes. Soube por terceiros, mas ainda me encaminhando apenas para o segundo período da universidade, não me senti seguro para tentar preencher a vaga. Meu tio, Professor José Tadeu, foi um dos convidados por Pedro Osmar para assumir a função. Na impossibilidade do compromisso, indicou meu nome. Da primeira conversa com Pedro até a participação inicial, já no dia seguinte, aquele jovem, então com 20 anos, começou a construir a trajetória no rádio.
Apaixonado por esporte, ainda mantenho o quadro até os dias atuais, de segunda a sexta-feira, dentro do Show do Pedro Osmar. E foi ele quem me abriu inúmeras portas, como a própria oportunidade de assumir a coluna de esportes do jornal A VOZ DA SERRA, além da chance de produzir e apresentar um programa esportivo em uma emissora de televisão local.
A partir de 2014, o rádio e a então Nova Friburgo AM, atualmente Friburgo FM, passaram a ser parte da minha vida de fato. Após apresentar um programa semanal na emissora, aos sábados pela manhã, por dois anos, apareceu a chance de assumir a chefia de jornalismo da rádio. Mesmo com a natural insegurança para um ainda jovem estudante, com 24 anos de idade, aceitei o desafio.
E ainda ganhei de presente o Sintonia Maior, programa vespertino diário, envolvendo música, entretenimento e outras características que fazem o ouvinte — e também nos fazem — viajar por um mundo mágico. Porém, verdadeiro no sentido da responsabilidade que o jornalismo e a comunicação nos exigem.
Há pouco mais de oito anos como editor-chefe de jornalismo, apresentador de programa diário e, há 12, vivendo diariamente a magia deste poderoso instrumento, pude contribuir com a adaptação do radiojornalismo tradicional à modernidade. Criamos o Repórter Friburguense de hora em hora, sem deixar de lado a robusta edição das 11h, há mais de 70 anos no ar. Trabalho ao lado daqueles que sempre admirei, e a cada dia consigo aprender um pouco mais. São diversas coberturas de eventos marcantes, à exemplo de eleições e apurações de carnaval. Inserimos novas tecnologias, como transmissões ao vivo nas redes sociais e aplicativo. Mas sem perder o foco no que realmente importa: o ouvinte. E cada vez mais tentamos trazê-lo para participar, contribuir e fazer a programação conosco.
O fato é que o rádio proporciona riquezas e vivências que nenhum dinheiro ou bem material pode comprar. A interação imediata com o nosso público, o carinho das pessoas e as amizades consolidadas através dos microfones fazem valer a pena todo o nosso trabalho. É o combustível diário para tentar fazer cada vez melhor e seguir, dia a dia, proporcionando e viajando nas ondas mágicas e poderosas do imortal radinho…
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