Os cerca de 700 mil alunos das escolas estaduais vão contar com mais uma ferramenta de ensino a partir de março: as videoaulas. Com o objetivo de rever conteúdos de 2020 de todas as matérias e séries, um grupo de 96 professores iniciou as gravações na última semana em um estúdio profissional cedido pela Federaçãod as Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Serão 680 aulas que estarão disponíveis no YouTube e poderão ser acessadas pelos estudantes por meio de um aplicativo com internet paga pela Secretaria estadual de Educação (Seeduc).
As vídeoaulas fazem parte do plano pedagógico que estabeleceu uma série de atividades extras para a reposição de conteúdos perdidos pelos alunos, após a suspensão das aulas na maior parte do ano passado por conta da pandemia. Cada vídeo terá o resumo da matéria por bimestre e será disponibilizado junto a materiais didáticos digitalizados, além de podcasts com detalhamento das aulas.
“A produção dos vídeos faz parte do planejamento estratégico do Governo do Estado de trazer a educação estadual para o século 21. Isso inclui nosso investimento em um aplicativo, onde os alunos terão acesso a todo o conteúdo que está sendo feito e ao Google Classroom (aulas ao vivo). Tudo dentro de uma navegação de qualidade e gratuita”, explicou o secretário estadual de Educação, Comte Bittencourt.
Para a coordenadora do projeto das vídeoaulas, a subsecretária de Gestão de Ensino da Seeduc, Andrea Marinho, o novo projeto pedagógico vai oferecer aos estudantes um modelo completo de estudos em tempos de pandemia. “Nosso projeto pedagógico para o início de 2021 é a soma da competência de nossos professores com as possibilidades que a tecnologia nos traz, privilegiando diferentes alternativas para levar educação de qualidade e conectada aos nossos alunos”, explica Andrea.
Reinvenção da sala de aula
Sob a luz do forte refletor do estúdio, a professora de Biologia, Jeniffer Cruz, lê o teleprompter, equipamento que passa o texto. Após duas aulas gravadas, ela se sente mais segura com a experiência inédita, depois de 15 anos em sala de aula. “É um período de reinvenção. Todo mundo teve que se reinventar, tanto aluno como professor, direção e família. Então, foi um tempo de readaptação e continua sendo, porque o ser humano precisa de contato com outros seres humanos e o tempo todo estamos evitando esse contato. Isso nunca vai ser normal. A gente está tentando se aproximar, na medida do possível, do que é ser humano”, afirma.
O professor de Matemática, Herivelto Nunes, já gravava aulas de casa e elogiou a estrutura do novo projeto. “É uma adaptação a um novo horizonte. Temos toda uma estrutura no estúdio que auxilia a gravação da aula e nos deixa mais à vontade. Sendo assim, é uma iniciativa de grande valia”, disse.
As aulas na rede começam no dia 1º de março nos modelos de ensino híbrido (remoto e presencial, com turmas em sala de aula em dias alternados) ou somente remoto, dependendo das recomendações do Comitê Científico e das autoridades de saúde de cada município. A partir de maio, será iniciado um trabalho com os conteúdos referentes à série ou ao ano de escolaridade em que o aluno está matriculado.
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