Representantes da prefeitura e da empresa Friburgo Auto Ônibus (Faol) se reuniram novamente nesta segunda-feira, 18, para discutir o futuro do setor, que é um dos mais polêmicos atualmente, já que a empresa opera no município sem contrato há pelo menos dois anos. Segundo apurou A VOZ DA SERRA, tanto a prefeitura como a empresa de ônibus estão dispostas a chegar a um acordo. A prefeitura fez uma auditoria e constatou que a concessionária teve uma queda, no final do ano passado, de 400 mil viagens pagas mensais, o que impactou em sua receita.
A Faol tenta junto ao município um subsídio para equilibrar as contas e atender ao decreto legislativo que determina a redução do valor da tarifa para R$ 3,95. A prefeitura reconheceu o impacto da pandemia nas contas da empresa. Para que a Faol tenha equilíbrio financeiro, o município estuda fazer uma campanha de incentivo ao uso do transporte público, melhorando a malha viária e também com a criação de faixa exclusiva para ônibus, uso do Fundo de Compensação Tarifária (Funcotar) para atrair novas fontes de receita (como a implantação do estacionamento rotativo pago nas ruas e explorar comercialmente o espaço da Estação Livre, por exemplo) para reverter em passagens mais baratas para os usuários.
Também está prevista a criação do Plano de Mobilidade Urbana. A meta é que a empresa volte a ter uma média de 1,1 milhões de viagens pagas mensais, atualmente o número gira em torno de 700 mil viagens. A prefeitura voltará a se encontrar em breve com representantes da concessionária para retomar a negociação.
Situação complexa
Segundo o secretário geral de Governo e da Casa Civil, Pierre Moraes, a reunião dest segunda avançou na discussão sobre o tema. Ao fim do encontro, ele revelou também que o transporte público no município é uma das situações que a atual gestão da prefeitura recebeu com maior complicação. Segundo ele, há uma série de situações complexas que afetam diretamente à questão. “O município pegou vários passivos financeiros logo no mês de janeiro, com bloqueios judiciais oriundos das ações do governo anterior prejudicando as contas públicas, o que realmente atravanca muito a atuação do Poder Executivo nas linhas de resolução imediata dos casos”, observou o secretário.
No entanto, conforme informou Pierre, ainda não foi dessa vez que houve um entendimento entre as partes. “Esse avanço não se dá em uma solução mágica de uma hora para a outra. Temos ainda o passivo político de vários anos que não se consegue resolver em uma ou duas reuniões”, disse. Na reunião de ontem, foi apresentado pela prefeitura um quadro avaliativo da situação apurada pelo município em pouco tempo através de documentação requerida à empresa de ônibus.
“Só que isso é um levantamento preliminar e nós precisamos de mais dados. Sabemos que há uma complexidade no setor de transporte público coletivo que é vital ao desenvolvimento de uma cidade. É um tema polêmico e o governo anterior tomou medidas que entendemos não terem sido adequadas. Entendemos que pela complexidade da questão, deve o Ministério Público, como fiscal da lei, atuar nas ações que vão envolver a nova gestão da prefeitura e à empresa Faol”, disse Pierre.
Deixe o seu comentário