No último fim de semana o Parque Estadual dos Três Picos realizou mais uma edição do projeto Montanha Solidária, no Pico do Caledônia, localizado entre as cidades de Nova Friburgo e Cachoeiras de Macacu. Na ocasião, pela primeira vez, o segundo cume mais alto da Serra do Mar, com 2.257 metros de altitude, recebeu um visitante cadeirante.
Como apoiador da iniciativa, o parque disponibilizou carros e guarda-parques para conduzir o visitante até o ponto mais alto. A operação conseguiu ser bem-sucedida também por conta da participação de 26 voluntários e da cadeira de acessibilidade, apelidada de Cadeira Julietti.
O projeto que permite o acesso de pessoas com deficiência aos pontos mais altos do parque visa a inclusão e o acesso dos PCDs a locais de difícil alcance, como trilhas e picos montanhosos, e pretende continuar buscando formas inovadoras de tornar essas atividades acessíveis a todos.
Para o presidente do Instituto estadual do Ambiente (Inea), que administra o Parque dos Três Picos, Philipe Campello, apoiar iniciativas deste tipo é uma oportunidade de se trabalhar a inclusão e a acessibilidade para todos os cidadãos e a preservação da natureza.
“A inclusão é essencial para promovermos a equidade e a participação de todos na construção de um futuro sustentável. No Inea, buscamos ampliar oportunidades para que todas as pessoas possam contribuir e vivenciar experiências significativas na proteção e preservação do meio ambiente. A diversidade fortalece nossa missão e nos impulsiona a criar um ambiente mais acessível e inclusivo para todos”, destacou Campello.
Superação com emoção
“Subir o Pico do Caledônia foi um desafio que eu jamais poderia ter enfrentado sem o apoio e a dedicação de todos que me ajudaram. E não foi apenas uma subida, foi uma jornada que entrou para a história como a primeira conquista de um deficiente no topo dessa montanha imponente, uma experiência incrível que, com certeza, ficará gravada na história de todos nós”, destacou o cadeirante e voluntário, Eddy Banca, que alcançou o Pico do Caledônia.
Para o coordenador de guarda-parques do núcleo Salinas do Parque dos Três Picos, Rominique Schimidt, é um prazer receber mais uma vez o projeto e mostrar que o meio ambiente vai muito além de plantas e animais, abrangendo também causas que inserem o ser humano na natureza. Por meio dessas ações, o Inea consolida as políticas socioambientais e contribui para a melhoria desses espaços. “A importância e o objetivo do Parque Estadual dos Três Picos é estimular e buscar parcerias para fomentar ações nas quais a inclusão também é uma bandeira”, destacou Schimidt.
Sobre a unidade de conservação
Com 65.113,04 hectares de Mata Atlântica, o Parque Estadual dos Três Picos, maior unidade de conservação do Estado do Rio, abrange parte dos municípios de Nova Friburgo, Teresópolis, Guapimirim, Cachoeiras de Macacu e Silva Jardim. A unidade de conservação foi criada com o objetivo de assegurar a preservação dos remanescentes de Mata Atlântica da porção fluminense da Serra do Mar; integrar o corredor ecológico central da Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro; preservar nascentes e recursos hídricos que abastecem cidades vizinhas além de preservar espécies de fauna do bioma.
Dentro dos limites do Parque Estadual dos Três Picos encontra-se o mais elevado índice de biodiversidade de todo o Estado do Rio de Janeiro, o que em parte se explica pela variação de altitudes: de 100 até os 2.366 metros do Pico Maior.
O parque é reconhecido internacionalmente como uma IBA (Important Bird and Biodiversity Area), ou seja, uma área prioritária para conservação da biodiversidade de aves, pela BirdLife International.
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