Pandemia impacta diretamente as indústrias gráficas

Enquanto setor de embalagens teve crescimento, setores editoriais e promocionais tiveram queda de cerca de 70% na produção
quarta-feira, 07 de abril de 2021
por Jornal A Voz da Serra
Pandemia impacta diretamente as indústrias gráficas

Em uma live no Canal  Paponet, no YouTube, sobre o setor gráfico no Brasil,   Edgar Fernandes, da Business Line Manager, Paper and Board South America da Actega do Brasil, multinacional do setor, revelou que as gráficas que trabalham com a linhas editorial e promocional, foram as que mais sofreram desde o início da pandemia da Covid- 19. “As empresas que trabalham com embalagens tiveram crescimento. Mas as que trabalham com publicações, como jornais e revistas tiveram queda de 70% da produção”, disse ele.

Com o aumento da demanda por papéis para embalagens, devido ao crescimento dos serviços de delivery e a interrupção das indústrias de papéis e celulose num primeiro momento, o preço do papel sofreu reajustes. As tintas, em sua maioria, são importadas. Todas as matérias primas para se imprimir um jornal são cotadas em dólares, que já estava alto e, nesse último ano, subiu consideravelmente com a crise gerada pela pandemia.

A VOZ DA SERRA edita seus exemplares em gráfica própria desde a sua inauguração, em 1945. Durante todo esse período, se modernizou, com novos equipamentos. A gráfica de A VOZ DA SERRA é utilizada somente para imprimir o próprio jornal. Com a pandemia, a procura por exemplares caiu, consequentemente, o número de jornais impressos também.

Uma pesquisa feita pelo Núcleo de Pesquisas Boas Impressões, em março de 2020, em todo o Brasil, mostrou que o faturamento das empresas gráficas caiu em 2020, em relação a 2019. Além disso, a pesquisa mostrou ainda que 52% delas têm dívidas com o governo, em impostos e taxas atrasados, 22% devem a bancos e 20 % a fornecedores. E, 40% das empresas gráficas tiveram que demitir nesse período. Segundo a pesquisa, demissões necessárias e não programadas, ou seja, causadas pela crise da pandemia. A pesquisa mostrou ainda que a maioria das gráficas está classificada entre micro e pequenas empresas.

Pesquisa feita em 2020 pela Abigraf Rio (Associação Brasileira de Indústrias Gráficas), mostrou que redução e faturamento no setor caíram, em média, 50% no estado . Além disso, o reflexo da pandemia, no Rio de Janeiro, se deu com a redução do número de empregados, o fechamento das atividades de algumas micro e pequenas empresas, a dificuldade de acesso ao crédito, a baixa demanda do produto gráfico e a redução da perspectiva de uso. 

Em recente live no canal Paponet, o presidente da Abigraf Rio e presidente interino da Abigraf nacional, Carlos Di Giorgio, lembrou que apesar das informações irem todas para o digital, a impressão traz o digital para a vida real. “mesmo contando com as tecnologias, sempre precisamos do papel, do concreto”, disse ele, acrescentando que “O dia que acabarem com os jornais impressos no Brasil, vai ser notícia de primeira página dos jornais no mundo todo.”

 

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