Segundo dados divulgados recentemente pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Governo Federal, nos meses de março, abril e maio deste ano Nova Friburgo perdeu 2.337 postos de trabalho com carteira assinada, período afetado severamente pela pandemia do coronavírus. Em março o setor mais afetado foi o comércio, enquanto em abril e maio a indústria foi o ramo que sofreu o maior impacto da crise. O setor de serviços também foi um dos que registrou os maiores índices de demissões.
De acordo com os dados do Caged, em março, Nova Friburgo registrou 1.391 admissões e 1.622 demissões, com um saldo negativo de 231 postos de trabalho. Abril foi o mês mais impactado pela crise em decorrência da pandemia. Foram apenas 277 admissões contra 1.794 demissões, um saldo negativo de 1.517 empregos. Já em maio foram 602 admissões e 1.191 demissões, totalizando um saldo negativo de 589 postos de trabalho. Das 2.227 demissões registradas no acumulado entre março, abril e maio, 1.170 dos desempregados são homens e 1.167 mulheres. A faixa etária mais atingida pelo desemprego é de trabalhadores entre 30 e 39 anos de idade (561 demissões).
Além disso, os dados evidenciam que o primeiro setor afetado pela crise foi o comércio, que fechou o mês de março com um saldo negativo de 125 vagas de emprego. Em abril e maio a indústria é que foi duramente afetada. Enquanto no mês anterior o setor havia fechado com um saldo positivo de nove vagas de trabalho, o mês de abril fechou com saldo negativo de 623 postos de trabalho. Isso não significa que a situação do comércio melhorou, já que também fechou o mês com saldo negativo de 336 empregos. O setor de serviços também perdeu 513 vagas no período, contra 98 em março.
Já em maio a indústria fechou novamente com saldo negativo, desta vez de 338 postos de trabalho. No mesmo período o setor de serviços perdeu 159 trabalhadores, enquanto o comércio registrou saldo negativo de 70 vagas de emprego.
O drama de quem perde o emprego
Como os números evidenciam, exemplos de pessoas que perderam o emprego em meio a crise não faltam. Em 14 de maio passado, A VOZ DA SERRA conversou com o frentista Marco Antônio Medeiros de Souza, de 54 anos. Ele trabalhava há dois anos em um posto de combustíveis da cidade e, devido a pandemia, foi demitido no dia 30 de abril após cumprir férias de 30 dias.
“A justificativa do patrão foi a crise. Infelizmente estou agora desempregado, com filho na faculdade e tendo que ajudar a pagar a mensalidade. Aí fico meio perdido. Não sei quando vou conseguir dar entrada no seguro desemprego e por quanto tempo vou receber o benefício. Devido à minha idade, fica difícil conseguir uma nova colocação no mercado”, lamentou Marco Antônio na ocasião.
E ele não foi o único: “Sou vendedora há 15 anos. Nesses anos todos, nunca fiquei desempregada. Mas fui demitida no início de abril por conta da crise do coronavírus. Sustento uma casa sozinha e estou sem perspectiva de conseguir uma nova oportunidade em breve. A situação está muito difícil”, disse Carolina Azevedo, de 37 anos – faixa etária mais atingida pelo desemprego nos meses de março, abril e maio deste ano.
Números no Brasil e no estado
Ainda segundo os dados do Caged, nos meses de março, abril e maio de 2020 o Brasil registrou um saldo negativo de 1.487.425 vagas de emprego com carteira assinada. Já a nível estadual, foram 155.314 postos de trabalho a menos no período, segundo dados do novo Caged que é a geração das estatísticas do emprego formal por meio de informações captadas dos sistemas e-Social, Caged e Empregador Web.
A metodologia de imputação adotada para o ajuste das informações prestadas ao e-Social e ao Caged visa assegurar a qualidade e a integridade das estatísticas do emprego formal durante a transição dessas fontes de captação de dados. A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho apura tecnicamente o recebimento dessas informações nos registros administrativos e atua de forma a divulgar as estatísticas do emprego formal com segurança metodológica e transparência.
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