Caros leitores, ouçam o que dizem algumas das mulheres que vivem nas montanhas da serra fluminense sobre o tal padrão de beleza imposto pela sociedade. Ainda que sejam apenas esboços de quem são, como pensam e sobre as causas que defendem, é bom saber que elas existem e estão por aí, mas bem perto de nós:
“Padrão vem da idéia de repetição. Portanto, a própria existência de um padrão de beleza já é por si só uma incoerência sem fim. Somos todos seres humanos distintos. Diferentes uns dos outros por natureza. Corpos e mentes. Somos todos compostos de personalidades, características físicas e experiências. Nossos corpos são apenas uma parte de quem somos”, define a publicitária Ninna Oli.
“As pessoas mudam porque sentem que precisam mudar ou porque se sentem apontadas e feridas com julgamentos de terceiros? Ou são incapazes de enxergar a própria beleza nesse ambiente atual cheio de filtros e edições ‘fantásticas’?”, questiona a modelo trans Náthalie Olival.
“Quando você abre o instagram vê uma enxurrada de fotos com corpos perfeitos, muitas vezes irreais porque são retocados com aplicativos, e assim, ajudando numa opressão absurda da ditadura da beleza”, cutuca a empresária Stéphanie Waknin.
“A toda hora eu precisava pintar o cabelo e isso me incomodava. Mas, o preconceito contra os grisalhos, do próprio público feminino me desestimulava. Então comecei a pesquisar nas redes sociais e descobri essa onda de cabelos brancos, mundo afora. Achei mulheres lindas, com cortes modernos e resolvi encarar a empreitada de assumir meus fios naturais”, revela a relações públicas Aline Dias, 42 anos.
“Convivo com cabelos brancos desde cedo e por isso sempre tingia. Até que cansei! Inicialmente, por praticidade, assumi a cor natural. Foi quando percebi o quanto o padrão de beleza impera em nossas vidas. O processo de transição foi difícil, mas valeu a pena insistir. Depois, comecei a gostar do que via no espelho. E apesar da maioria não gostar, enfrentei as resistências”, conta a pedagoga Joseane Gabrig, 41 anos.
“Um dos lugares mais cruéis para uma mulher negra viver em relação aos padrões de beleza é dentro dos espaços estudantis onde a construção é feita”, destaca a fotógrafa Maiara Felício.
Forte abraço e até a próxima!
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