Os incêndios florestais que atingem a Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro foram alvo da Operação Fumaça Zero, deflagrada esta semana pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), em parceria com o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar. O objetivo foi intensificar as ações de combate ao uso ilegal do fogo em período de estiagem (que ocorre principalmente entre os meses de junho e outubro), prática que causa grandes danos ao ambiente, atingindo, em muitos casos, áreas de relevante valor ecológico como as unidades de conservação.
A equipe realizou patrulhamento ostensivo para reprimir queimadas nos municípios de Nova Friburgo, Teresópolis, Carmo, Sumidouro, Sapucaia, Duas Barras, Bom Jardim, Santa Maria Madalena e Cachoeiras de Macacu. Na ação, o Inea multou quatro pessoas pela prática ilegal, emitiu nove notificações aos responsáveis pelas áreas atingidas pelas chamas, e entregou dez comunicados sobre a importância de prevenir incêndios florestais a moradores do entorno das regiões afetadas pelo fogo.
Dessas ações, só em Nova Friburgo foram emitidos dois comunicados preventivos, no distrito de Amparo e no bairro Nova Suíça. Além disso, também foi feito um auto de constatação em Amparo, por infração ao artigo 45 da lei 3467/2000, que proíbe cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, sem permissão da autoridade competente.
O gestor da Superintendência Regional Dois Rios, do Inea, Hugo Zoffoli, destacou a importância da integração dos órgãos envolvidos para que a fiscalização seja bem sucedida: “A parceria foi fundamental para esta operação atingir o seu objetivo: impedir que focos de incêndios se espalhem, de forma a evitar desastres como o último grande incêndio que atingiu a Região Serrana do Rio, em 2014, e consumiu cerca de cinco mil hectares de área”, destacou.
A VOZ DA SERRA já havia noticiado a operação Fumaça Zero na edição desta quinta-feira, 17. Na ocasião, o comandante do 6º GBM de Nova Friburgo, tenente-coronel Thiago Nunes Alecrim ressaltou que a maior parte dos incêndios florestais é criminosa e que os prejuízos vão além da questão ambiental – que, por si só, já é algo gravíssimo.
Toda vez que os oficiais do Corpo de Bombeiros recebem um chamado para combater o fogo, muita coisa está envolvida. Não é só deslocar uma equipe para controlar e apagar as chamas, é todo um trabalho para tirar viaturas do quartel que poderiam servir de auxílio a uma ocorrência mais grave, que fosse inevitável. É combustível que se gasta para que as viaturas possam chegar até o local, é recurso hídrico despejado, que poderia ser melhor empregado”, afirmou o comandante Alecrim.
Em Nova Friburgo, somente em agosto, foram 389 registros de fogo em vegetação. Neste período, o município teve 1.615.957 metros quadrados de área verde destruídos pelo fogo. Foram mais de 135 horas de combate a incêndios em florestas, sendo necessário o consumo de 259.610 litros de água.
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