A economia prateada, também conhecida como economia da longevidade, é aquela que envolve produtos e serviços destinados a suprir as necessidades e demandas da população idosa. Por idosos pode-se entender como sendo aquelas pessoas com mais de 60 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo um artigo publicado pela Georgetown Business Magazine da Universidade de Georgetown nos EUA, o mercado prateado global movimentou em 2020 cerca de US$15 trilhões, superando o PIB da China. Até 2030 o mundo deve atingir um total de 1 bilhão de idosos ou cerca de 14% da população Global.
Nosso país, com base nos dados de 2020, possui mais de 32 milhões de sexagenários, ou seja, algo como 14,3% do total da população brasileira. O mercado correspondente, que considera pessoas acima de 50 anos, é de R$ 1,7 trilhão segundo a Data8, consultoria focada neste público.
Estamos falando de uma população enorme, que só tende a crescer no Brasil e no mundo, e que contempla mercados de cifras altíssimas. No Brasil, a distribuição da população segundo a faixa etária indica que as regiões Sul (16,8%) e Sudeste (16,9%), são as que mais possuem público acima de 60 anos. A região Norte é aquela com a menor participação do público idoso no total da população.
Em termos do tamanho da população, as regiões sul e sudeste possuem juntas aproximadamente 52% da população do país, mas representam 62% dos idosos. A menor esperança de vida se encontra nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Sob a ótica do gênero, é possível verificar a prevalência de mulheres em relação aos homens, verificada para cada região em relação ao total da população. Essa prevalência também se espelha quando observamos a faixa etária acima de 60 anos.
Os domicílios chefiados por idosos possuem renda significativa quando comparada a outras faixas etárias. Observando apenas o ano de 2022, constata-se que esta faixa prateada teve rendimentos 10,9% acima da faixa de 40 – 59 anos e 28,0% acima do total Brasil. Estes índices demonstram que a importância econômica em termos de renda das pessoas com idade acima de 60 anos é real e crescente ao longo do tempo.
O futuro da economia prateada
A economia que gira ao redor e depende das pessoas com idade acima de 60 anos tende a ser cada vez mais representativa. Portanto, merece a atenção de empresas de todos os segmentos, indústrias, prestadores de serviços e comércio.
Segundo as projeções do IBGE, a população com idade de 60 anos ou mais, que já representou 21,8% do total da população brasileira em 2010, poderá atingir espantosos 66,2% em 2060, mantidos todos os parâmetros de crescimento populacional no país.
A expectativa é de que as pessoas vivam cada vez mais, tendendo a uma estabilização próxima a 80 anos para o total da população em 2050. Homens e mulheres possuem esperanças de vida diferentes, sendo que elas tenderão a viver mais do que eles, o que já é uma realidade atualmente.
É de se imaginar o impacto em termos de saúde, cuidados e bem-estar que deverá acontecer ao longo do tempo daqui para a frente. E eventualmente, com eles, as mudanças desde políticas públicas de saúde, previdência, educação, dentre outras, até a recomposição do consumo de forma ampla.
De fato, uma sociedade brasileira que tende a viver mais já nos permite ter a dimensão das mudanças que desde já percebemos, mas que acontecem cada vez mais intensamente envolvendo o público idoso.
Cabe às empresas se estruturarem com base em dados e projeções bem calibradas de forma a antever seus movimentos para atender esta parcela da população cada vez mais relevante, ano após ano. Inclusive considerando a ótica de gênero e de distribuição regional, além de outras especificidades que sejam expressivas para o negócio.
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