Nova Friburgo já tinha mais de 30 casos suspeitos de coronavírus até esta terça-feira, 31 de março, e nenhum resultado confirmado até o momento, segundo o mais recente boletim divulgado pela prefeitura. Na linha de frente do atendimento a esses pacientes estão médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagens, entre outros profissionais de saúde.
É nesses “heróis de jaleco branco” que estão depositadas as principais esperanças para que a doença não leve vidas e se propague pela cidade. Para fazer um atendimento correto é preciso um profissional capacitado. Por conta da similaridade de sintomas primários, somente um médico é capaz de identificar se o paciente pode estar acometido de uma gripe comum, uma pneumonia ou uma suspeita de Covid-19.
A VOZ DA SERRA conversou com dois médicos que trabalham diariamente no atendimento aos pacientes e atuam na defesa de suas imunidades. Gabriel Louback e Gabriel Monteiro estiveram em contato – devidamente protegidos é claro – com pacientes suspeitos. Segundo eles, alguns com sintomas leves e outros que necessitaram de maiores cuidados.
De acordo com eles, os protocolos de atendimento mudam semanalmente e os profissionais de saúde tem seguido à risca todas as recomendações na hora dos atendimentos. “No momento estamos com uma triagem antes mesmo de entrar no ambiente hospitalar. Sintomas respiratórios de qualquer origem estão sendo separados dos não respiratórios. A partir daí separamos os possíveis suspeitos. A cada semana temos mudança no protocolo de atendimento. O equipamento básico seguimos com máscara cirúrgica, luvas, óculos e touca cirúrgica”, explicou Monteiro (foto).
“Até a última semana eu atendi cinco casos suspeitos, sendo quatro internados em bom estado e um a nível de emergência, mas que não precisou ficar internado, só foi notificado e solicitado que seguisse medidas de segurança. O que tem sido preconizado junto aos pacientes que tem ficado internados são testes para H1N1 (Influenza) – os sintomas são muito parecidos, pode resultar em gripe positiva e também o Covid-19”, alertou Louback.
De acordo com os médicos, o volume de atendimentos tem aumentado muito nas unidades de saúde friburguenses e por isso os testes para Covid-19 têm sido realizados nos casos em que os sintomas para o vírus são bem característicos. Monteiro também revelou que para esses casos é necessário usar um equipamento específico. “Em caso que bate com todos os critérios para suspeita evidente de Covid-19 nos paramentamos com o capote a N-95 e, em caso de coleta ou procedimento invasivo, o face shield (máscara de plástico). Pacientes sem comprometimento do sistema respiratório, colocamos em quarentena de 14 dias. Os com sintomas de piora respiratória são internados”, revelaram os profissionais.
Monteiro não atendeu nenhum caso com suspeita real, mas acredita que a partir deste novo mês, segundo dizem os especialistas, o trabalho deverá aumentar. “Até o momento, suspeitos cujo atendimento se enquadraram dentro do protocolo semanal de Covid-19 fixado no hospital, não realizei nenhum. Os casos sintomáticos leves, que atendi, em que não se tem a diferenciação ou gravidade respiratória, foram vários. Os que tinham fortes suspeitas acabaram positivando para H1N1, por exemplo, e seguiram em observação e medicação e isolamento respiratório. O número de casos deve aumentar no próximo mês, por isso estamos batendo na tecla do isolamento social. Como não podemos diferenciar a gripe comum do Covid-19 e estaremos entrando na época de maior incidência de problemas respiratórios (Influenza e gripes comuns), os casos suspeitos (leva-se em conta que não conseguiremos testar igual nos países desenvolvidos. Por isso, nossas estatísticas sempre serão falhas) deverão aumentar”, alertou.
Louback diz que, apesar de preparados para atender casos suspeitos e que venham a ser confirmados depois, a principal maneira de evitar o vírus é seguir as recomendações do Ministério da Saúde e Organização Mundial da saúde como higienizar bem as mãos, o uso do álcool gel, evitar o contato com as pessoas, evitar levar as mãos ao rosto e respeitar o isolamento social.
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