Um cartaz afixado na entrada do Palácio Barão de Nova Friburgo dá uma pista de como será o perfil do governo que se inicia. O texto, assinado pelo prefeito Johnny Maycon e datado da última segunda-feira, 4, orienta os guardas responsáveis pela guarita do palácio que os três cães comunitários que estão sempre por lá terão acesso irrestrito, 24 horas por dia, ao pátio da prefeitura.
"Serão providenciadas casinhas e mantida água fresca e limpa", afirma o cartaz, com o brasão de Nova Friburgo e uma citação ao líder pacifista Mahatma Gandhi: "A grandeza de uma nação pode ser julgada pela forma como seus animais são tratados".
Primeiro jornalista a entrevistar o novo prefeito logo após a sua posse, na última sexta-feira, 1º, o repórter Fernando Moreira, de A VOZ DA SERRA, chegou a fotografar, casualmente, um dos cães deitados junto à decoração natalina da prefeitura, ao lado da rena do Papai Noel e um boneco de neve, a qual reproduzimos na capa desta edição.
A VOZ DA SERRA esteve na prefeitura nesta quinta-feira, 7, mas os cães não foram encontrados: estavam passeando, segundo servidores. Alguns brincavam que os animais - chamados de Lorão, Lobinho e Orelha - são mais antigos do que muitos concursados. Postada em primeira mão pelo site de A VOZ DA SERRA, a notícia fez sucesso nas redes sociais do jornal, com mais de 800 reações, mais de 200 comentários - praticamente todos elogiando a atitude do prefeito - e mais de 270 compartilhamentos, só no Facebook.
Anjos da guarda
Cidade que tem como símbolo maior a pedra do Cão Sentado, Nova Friburgo tem pelas ruas muitos “cães comunitários”, animais sem dono adotados por comerciantes, mostrando que o prefeito não está sozinho em sua empreitada pelo bem-estar dos bichos. Em dezembro de 2018, A VOZ DA SERRA percorreu vários bairros e encontrou muitos exemplos. Em Olaria, a cadela Nina ganhou um cantinho junto a um bar na Rua Vicente Sobrinho, sob os cuidados da dona do estabelecimento, Jussara Coutinho, e com a ajuda de vários outros comerciantes. “Conseguimos construir a casinha. Agora ela tem um cantinho, comida, água e todos os cuidados que precisa. A vontade é de esparramar casinhas pela cidade toda”.
Na Chácara do Paraíso, o mecânico Maurício Moreira adotou Bill, um viralata já velho de guerra que, segundo o mecânico, ficava preso o dia todo, passando necessidades. No Parque Maria Teresa, em Riograndina, Da Rua, Mel ou Pretinha (ela atende por todos os nomes) sofreu um acidente, longe do bairro, que poderia ter colocado fim à sua vida. Um morador, José Henrique, a achou atropelada e ferida. Depois de curada, ela nunca mais foi embora. “Ela gosta de viver na rua, sem estar presa e nós respeitamos isso”, explicou Rafael Almeida, dono de um mercado em frente à praça do bairro.
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