Incêndios florestais corroem a camada de ozônio

Novas amostras apontam que mundo recuperará camada de ozônio até 2040
sexta-feira, 20 de setembro de 2024
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

Partículas geradas pela queima de florestas chegam ao filtro natural da Terra e provocam reações químicas capazes de corroer a camada de ozônio. 

Responsável por evitar que boa parte dos raios ultravioletas mais perigosos emitidos pelo Sol cheguem à Terra, a camada de ozônio pode ser prejudicada por incêndios florestais, segundo um estudo publicado na revista Nature. 

Os pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, descobriram que o fogo consegue bombear a fumaça para a estratosfera, onde as partículas permanecem por mais de um ano. Quando suspensos, os poluentes desencadeiam reações químicas que erodem o principal filtro natural desse tipo de radiação.

Desde a Revolução Industrial, a camada de ozônio vem sendo prejudicada por atividades humanas, especialmente a emissão de gases de efeito estufa, como o CO2. Estudando um megaincêndio que arrasou florestas do leste australiano entre dezembro de 2019 e janeiro de 2020, os pesquisadores do MIT descobriram que esse tipo de fenômeno contribui para a destruição da ozonosfera.

Apelidado de Verão Preto, em referência à cor da fuligem, o megaincêndio destruiu dezenas de milhões de hectares, bombeando mais de 1 milhão de toneladas de poluentes para a atmosfera. Os cientistas identificaram a reação química pela qual as partículas decorrentes contribuem para corroer entre 3% e 5% da camada de ozônio em latitudes médias no Hemisfério Sul, em regiões que cobrem América do Sul, África, Austrália e Nova Zelândia.

Segundo o modelo da equipe americana, as queimas também impactaram as regiões polares, destruindo parte das bordas do buraco de ozônio na Antártida. De acordo com os pesquisadores, no fim de 2020, os incêndios na Austrália ampliaram o buraco na região em 2,5 milhões de quilômetros quadrados, correspondendo a 10% da área, em comparação ao ano anterior. Esses dados são de 2023.

Os de 2024, após relatórios atualizados dos órgãos competentes, em todo o mundo, certamente apresentarão dados muito mais assustadores. Aguardemos. (Fonte: correiobraziliense.com.br)

Combate à radiação ultravioleta

Por ocasião do Dia Mundial para a Preservação da Camada de Ozônio, em 16 de setembro, a Organização Meteorológica Mundial (OMM), emitiu o boletim anual sobre o estado da camada de ozônio e medidas para proteger a saúde humana e o meio ambiente da radiação ultravioleta.

A publicação explora o papel das condições meteorológicas e uma grande erupção vulcânica no buraco de ozônio da Antártida, em 2023. O texto ressalta que as avaliações dão conta de “um caminho de recuperação de fato em longo prazo”.

O estudo confirma a continuação da redução das abundâncias atmosféricas dos gases de cloro e bromo que são substâncias de longa duração que destroem o escudo protetor do planeta. Pelo fato de algumas substâncias prejudiciais também funcionarem como gases de efeito estufa, a eliminação gradual é benéfica ao clima.

E enfatiza a necessidade de um monitoramento contínuo da situação e que seja evitada a complacência. A persistirem as políticas atuais em vigor, a Antártida poderá ter a camada de ozônio recuperada aos níveis de 1980, período anterior ao do aparecimento do buraco de ozônio, por volta de 2066. Esse fato ocorreria até 2045 sobre o Ártico e até 2040 para o resto do mundo.

Protocolo de Montreal

Uma avaliação científica apoiada recentemente pelo Pnuma e pela OMM revela que o buraco de ozônio da Antártida tem melhorado lentamente em área e profundidade desde o ano 2000. A data celebra a adoção do Protocolo de Montreal, considerado o tratado ambiental mais bem-sucedido de todos os tempos. Graças ao acordo vem sendo observada a eliminação gradual de substâncias danosas à camada de ozônio.

Neste ano, o tema selecionado pelo Programa da ONU para o Meio Ambiental para marcar a celebração é o Protocolo de Montreal: Promovendo a Ação Climática. O sucesso foi ecoado pela diretora executiva do Pnuma, Inger Andersen.

Já o presidente do Grupo Consultivo Científico da OMM sobre Ozônio e Radiação Solar UV, Matt Tully, “desde sua criação, um dos pilares do Protocolo de Montreal tem sido sua fundação em ciência de altíssima qualidade”.

 

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