Incêndios florestais

Em setembro de 2024, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou um dado alarmante: somente naquele ano foram registradas em todo o estado do Rio de Janeiro, pelo menos 760 focos de incêndio em vegetação. 

O índice é o maior desde 2017 quando foram contabilizadas 960 queimadas durante o ano inteiro no estado. A preocupação dos ambientalistas é grande, já que o mês de setembro é um dos mais críticos do ano para incêndios florestais, segundo a média histórica.        

A quantidade de queimadas divulgada pelo Inpe foi contabilizada através de um monitoramento por satélite. Somente nos primeiros 10 dias de setembro de 2024, o Inpe já identificou 55 incêndios florestais no Estado do Rio de Janeiro. O Corpo de Bombeiros atendeu, de janeiro até o final de agosto, 6.178 ocorrências de incêndios em vegetação a mais do que no mesmo período do ano passado, um aumento de aproximadamente 85%.

Em meados de setembro de 2024, o Linha Verde recebeu mais de 15 mil denúncias de crimes ambientais no Estado do Rio de Janeiro, sendo 567 sobre captação clandestina de água, 189 sobre desvio de curso, 45 sobre desperdício e dez sobre comércio ilegal de água. Quanto às queimadas, o Linha Verde já recebeu 379 denúncias, mais do que as 307 computadas ao longo do ano de 2023.

Em Nova Friburgo

Segundo levantamento feito pelo Inpe, em 2024 Nova Friburgo estava no topo do ranking dos municípios fluminenses mais afetados por incêndios florestais, seguido de Maricá, Nova Iguaçu, Niterói, Araruama, Campos e Volta Redonda. 

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o número de incêndios em vegetação em Nova Friburgo até 19 de agosto de 2024, foi de 226 casos, sendo 63 apenas em agosto. No mesmo período de 2023, foram 75 registros, ou seja, um número três vezes menor.

Um dois maiores focos de incêndio ocorreu em setembro de 2024, na mata do Morro da Cruz, mais conhecido como Morro do Teleférico. A altura e extensão das labaredas se alastraram rapidamente por vasta região, queimando por 48 horas ininterruptas, assustando moradores de todo o centro da cidade. 

As chamas chegaram a Duas Pedras espalhando uma enorme cortina de fumaça e fuligem por todo o centro e bairros próximos dificultando a respiração das pessoas e contribuindo para a redução significativa da umidade do ar. Com a escassez das chuvas, os mananciais e cachoeiras da região sofreram uma seca sem precedentes, considerado uma das piores estiagens da história da cidade

Com a grande proporção das queimadas e a escassez de chuvas em 2024, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Nova Friburgo, requisitou à concessionária Águas de Nova Friburgo e aos comitês de bacias hidrográficas informações sobre a segurança hídrica no município. 

A Promotoria procurou saber se haveria risco de racionamento e desabastecimento de água para os moradores de Nova Friburgo e, em caso positivo, em quais áreas e quais as medidas seriam adotadas pela empresa, como provisão de caminhão-pipa, sistemas de manobras, campanhas educativas, entre outras.

(Por estagiária Laís Lima sob supervisão de Ana Borges)