O governador Cláudio Castro (PL) esteve na manhã desta quinta-feira, 11, em Nova Friburgo, e vistoriou as obras do Hospital de Oncologia Francisco Faria, nas antigas instalações do Centro Adventista de Vida Saudável (Cavs), no bairro Ponte da Saudade. Castro, juntamente com o prefeito Johnny Maycon, o vereador José Roberto Pacheco Folly, e assessores, acompanhou o andamento da obra de adaptação do imóvel para o pleno funcionamento do Hospital do Câncer. Durante a visita, o governador anunciou o novo prazo previsto para a conclusão da parte estrutural da obra: primeiro trimestre de 2025.
Inicialmente, a conclusão dos serviços estava prevista para o final deste ano, mas houve atrasos para instalação e readequação de todo o complexo. O Hospital do Câncer de Nova Friburgo contará também com o setor de radioterapia, que não estava previsto no projeto original. Para oferecer esse serviço, que requer maior complexidade para instalação e investimentos, o projeto geral da obra teve que ser readaptado.
Ao vistoriar a obra ontem, o governador conversou com operários e demonstrou entusiasmo com o empreendimento. “Fico muito satisfeito em ver o pleno andamento de uma obra tão relevante para salvar a vida de muitas pessoas. Sei muito bem o sofrimento dos doentes com câncer e o quanto esse hospital poderá ajudá-los”, frisou Castro.
O vereador José Roberto Folly, um dos grandes defensores do Hospital do Câncer de Nova Friburgo, se emocionou ao acompanhar a visita e agradeceu ao governador pelo empenho na conclusão da obra do hospital que irá beneficiar pacientes oncológicos de todo o interior fluminense.
“Me causava grande angústia ver essa obra parada por tanto tempo, por tantos governos. O senhor sofreu na pele a dor e o sofrimento que os doentes com câncer têm e abraçou essa causa”, observou Folly, referindo-se a sensibilidade do governador, que teve um caso de câncer na família.
Investimento supera R$ 50 milhões
Com investimento previsto de R$ 50,6 milhões, o Hospital do Cãncer de Nova Friburgo terá 48 leitos de enfermaria e dez de UTI exclusivamente para tratamento oncológico. A unidade terá ainda consultórios para triagem de pacientes, dois leitos de estabilização, cinco leitos de urgência referenciada, serviços de imagem, consultórios ambulatoriais, fisioterapia e quimioterapia e, em um anexo, o setor de radioterapia.
A pedra fundamental do hospital foi lançada em 2012, mas desde então, o projeto teve diversas alterações para adaptações. Além disso, a obra foi paralisada algumas vezes, sofreu embargos e até foi alvo de saques, tendo sido retomada em 2022.
Atualmente, segundo dados da Prefeitura de Nova Friburgo, passados ao portal de notícias G1 no final do mês passado, cerca de 120 pacientes oncológicos do município fazem tratamento no Rio de Janeiro, Teresópolis e Petrópolis. Eles são cadastrados no programa TFD (Tratamento Fora de Domicílio), da Secretaria Municipal de Saúde, e são transportados em vans terceirizadas para serem submetidos a consultas, atendimentos e tratamentos de rotina, como sessões de quimio e radioterapias em unidades credenciadas ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Pacientes, no entanto, relatam que as viagens são extremamente desgastantes, já que as vans partem do centro de Nova Friburgo diariamente às 5h da madrugada e retornam por volta das 19h.
“Às vezes é preciso viajar ao Rio duas vezes por semana e os pacientes ficam muito debilitados ao terem que enfrentar longas distâncias e trechos sinuosos de serras. Poder fazer esse tratamento tão doloroso em Friburgo é um anseio que todos os pacientes com câncer em tratamento têm. Tomara que essa obra não tenha novos atrasos e seja concluída o mais rápido possível”, comentou um familiar de um paciente oncológico, presente à visita do governador.
Arquitetura combinada à neurociência
Projetado pela mesma equipe de arquitetos que desenvolveu o Instituto Estadual do Cérebro, na capital do Rio, o futuro hospital traz um conceito internacional de neuroarquitetura - a união da arquitetura e neurociência para criar espaços que impactem positivamente no bem-estar e comportamento dos pacientes e familiares que os acompanham nos tratamentos.
Rebecca Varga, superintendente de Arquitetura e Engenharia da Secretaria da Saúde, explica que o hospital fica em uma região de Mata Atlântica, o que facilitou a criação de um ambiente de descompressão para os futuros pacientes, visando o processo de recuperação e o desenvolvimento de um ambiente saudável para todos.
"Nossa equipe de arquitetura trouxe a ambiência externa para dentro do hospital também, utilizando os princípios da neuroarquitetura. Criamos espaços de convivência externos para os pacientes. A estratégia tem o objetivo de diminuir a tensão durante o tratamento oncológico", explicou.
Estrutura de alto padrão
O Hospital Estadual de Oncologia, em Nova Friburgo, terá perfil assistencial de atendimento a pacientes oncológicos adultos, com emergência regulada. Serão 58 leitos divididos em 10 unidades de tratamento intensivo e 48 leitos de enfermaria.
Para prestação de assistência ao paciente, estão previstos os serviços de diagnóstico, cirurgia oncológica, oncologia clínica, medidas de suporte, reabilitação, cuidados paliativos, uma central de quimioterapia, além de diversos consultórios, um laboratório para análises clínicas e um moderno centro de imagem.
"Sem dúvidas esta será uma unidade que vai salvar muitas vidas, não apenas da Região Serrana, mas de todo o Estado do Rio de Janeiro. É um importante investimento em saúde, que vai oferecer atendimento especializado num ambiente humanizado", concluiu a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello.
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