Hospital de campanha de Friburgo: custo de R$ 60 milhões

Informação é do deputado estadual Filipe Poubel, que vistoriou unidade pela segunda vez
quarta-feira, 24 de junho de 2020
por Guilherme Alt (guilherme@avozdaserra.com.br)
O hospital de campanha de Friburgo (Arquivo AVS/ Henrique Pinheiro)
O hospital de campanha de Friburgo (Arquivo AVS/ Henrique Pinheiro)

A Secretaria estadual de Saúde (SES) divulgou na segunda-feira, 22, um estudo feito por sua equipe técnica recomendando que os cinco hospitais de campanha que ainda não foram inaugurados no Estado do Rio não sejam mais abertos. Das sete unidades de campanha prometidas pelo Governo do Estado, apenas duas foram entregues, e com atraso: as unidades do Maracanã e de São Gonçalo. As cinco unidades que ainda não foram entregues são as de Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Campos dos Goytacazes e Casimiro de Abreu. O prazo inicial para a entrega destes hospitais era dia 30 de abril.

A VOZ DA SERRA tentou ter acesso ao quantitativo investido na unidade de campanha friburguense, mas até o fechamento desta reportagem não conseguiu obter o valor exato através de fonte oficial. A reportagem tentou contato com membros da Secretaria de Saúde, da organização social Iabas – inicialmente responsável por administrar as unidades – e com a Fundação estadual de Saúde, atual responsável.

No entanto, o deputado estadual Filipe Poubel (PSL), em vistoria a unidade de campanha no município, no final da tarde desta terça-feira, 23, informou durante uma transmissão ao vivo em sua rede social, que a obra custará em torno de R$ 60 milhões aos cofres públicos. Em Nova Friburgo, o hospital de campanha que já está com a estrutura montada no ginásio esportivo Frederico Sichel, do Sesi, no distrito de Conselheiro Paulino, tem a proposta de ter 100 leitos, sendo 40 de UTI.

Durante a vistoria, o deputado conferiu que, apesar das obras terem avançado, e de  a unidade já dispor de um aparelho raio-X portátil, aparelhos para impressão de ultrassonografias e hemodiálise, faltam equipamentos médicos, montagem de leitos – que poderá ser iniciada nesta quarta-feira, 24 –, além do mobiliário. Ainda segundo o deputado, a O.S. Iabas recebeu R$ 256 milhões do Estado do Rio para realizar as obras dos hospitais de campanha.

No entanto, todo esse investimento com dinheiro público, pode ter sido em vão. Entre os motivos apontados pela equipe para justificar a recomendação, estão as taxas de ocupação nos leitos das três esferas de Governo no Rio de Janeiro - cerca de um terço está em uso. Especificamente para a Covid-19, segundo o relatório, a ocupação na rede estadual é de 59,9% para UTI e 56,7% para enfermaria (ambos para adultos).

Demais unidades devem custar R$ 212 milhões 

O jornal também tentou ter acesso aos gastos com relação às demais unidades. Mesmo sem ter oficialmente os números, é possível ter uma estimativa de que apenas as unidades de Nova Friburgo, Campos dos Goytacazes e Nova Iguaçu, somem um total de R$ 212 milhões, de acordo com informações do Estado.

Os hospitais de campanha do Leblon e da Barra da Tijuca, no Rio, foram custeados por grupos de empresários, liderados pela Rede D´Or. As duas unidades tem capacidade para 200 leitos cada, sendo metade de UTI, todos com respiradores.

Na unidade de campanha do Leblon, na Zona Sul, o investimento foi de R$ 45 milhões e foi feito pela iniciativa privada, contando também com apoio da Bradesco Seguros, Lojas Americanas, Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e Banco Safra. A unidade da Barra da Tijuca, Zona Oeste, custou com cerca de R$ 50 milhões.

O hospital de campanha de São Gonçalo, na Região Metropolitana, que conta com 200 leitos – 80 de CTI e 120 semi-intensivos, custou cerca de R$ 90 milhões, através de uma parceria entre as prefeituras das vizinhas Niterói e Maricá. Cada município repassou R$ 45 milhões para o Governo do Estado do Rio de Janeiro construir, equipar e administrar a estrutura. A Prefeitura de São Gonçalo cedeu o espaço.

Em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Obras (Seinfra) está encarregada de montar 300 leitos, sendo 120 de UTI e o restante de enfermaria, mas que podem ser revertidos para CTI, se for necessário. As instalações serão divididas em três blocos, com investimento de R$ 62 milhões.

 

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