Em um esforço global para erradicar as hepatites B e C, o Rotary Internacional lançou a campanha “Hepatite Zero”, a maior ação de testagem e detecção dessas doenças no mundo. Com um contrato de adesão recentemente assinado com o Ministério da Saúde, a campanha visa promover a testagem e o tratamento dessas hepatites em todo o Brasil.
As hepatites B e C são infecções virais transmitidas principalmente através do contato com sangue contaminado, podendo levar a complicações severas como cirrose e câncer de fígado. A campanha “Hepatite Zero” tem como foco principal a detecção precoce e a prevenção dessas doenças, com uma série de atividades planejadas para alcançar o maior número possível de pessoas.
Em Nova Friburgo, a Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com o Rotary Club, realizará neste sábado, 24, ações da campanha Hepatite Zero no empreendimento comercial Espaço Arp (Avenida Conselheiro Julius Arp, 80, no Paissandu), das 9h às 12h. Durante o evento, serão oferecidos testes para hepatite B e C, além de serviços de profilaxia pré-exposição sexual (PrEP). A iniciativa também incluirá a distribuição de camisinhas e material informativo sobre prevenção e tratamento das hepatites.
A campanha do Rotary não se limita apenas a eventos de testagem. Ela envolve a realização de eventos comunitários, a distribuição de material educativo e o apoio a políticas públicas de saúde para aumentar a conscientização e reduzir o estigma associado à hepatite. O Rotary está trabalhando em estreita colaboração com governos locais, organizações não governamentais e profissionais da saúde para maximizar o impacto das suas ações.
A ação em Nova Friburgo é uma extensão dos esforços contínuos do Rotary para melhorar a saúde global. A iniciativa busca não apenas identificar e tratar os casos existentes, mas também promover a conscientização sobre a importância da prevenção e da testagem regular.
O que é a hepatite
A hepatite é uma inflamação do fígado que compromete seu funcionamento normal, podendo ser causada por vírus, bactérias, álcool, drogas e alguns medicamentos. Existem diferentes tipos, entre eles: hepatite A, B, C, D ou E. Na maioria dos casos, os sintomas passam despercebidos, sendo os mais comuns: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômito, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
Atualmente, existem testes rápidos para a detecção da infecção pelos vírus B ou C, que estão disponíveis no SUS para toda a população. O teste é feito a partir de amostras de uma gota de sangue extraída da ponta de um dos dedos das mãos. Todas as pessoas precisam ser testadas pelo menos uma vez na vida para esses tipos de hepatite. Populações mais vulneráveis precisam ser testadas periodicamente.
Os testes também são indicados para qualquer pessoa que manteve relação sexual sem uso de preservativo; teve alguma infecção sexualmente transmissível (IST) ou tuberculose, ou compartilhou agulhas ou seringas.
O Programa Municipal de IST/AIDS e Hepatites Virais da Secretaria Municipal da Saúde de Nova Friburgo alerta para a necessidade de realização de teste rápido para descoberta dos casos de hepatite C em pessoas acima de 40 anos, com histórico de transfusão sanguínea antes de 1993, que fizeram ou fazem uso de drogas e que tiveram ou têm relações sexuais desprotegidas.
Locais de testagem rápida
Terças e quintas-feiras, das 8h às 13h
Nas unidades do programa Estratégia de Saúde da Família (ESF) de Riograndina, Stucky, Amparo, Centenário, Cordoeira, São Lourenço, Olaria 1, 2 e 3, Campo do Coelho, Conquista, Vargem Alta, Varginha, Terra Nova, Nova Suíça, Mury, Lumiar, São Pedro da Serra, São Geraldo e posto de saúde Tunney Kassuga (Olaria).
Vacinação - Hepatite B
De segunda a sexta, das 8h às 16h
Postos de saúde Sílvio Henrique Braune, no Suspiro; Tunney Kassuga, no bairro Olaria; Ariosto Bento de Mello, no Cordoeira, e José Copertino Nogueira, em São Geraldo.
Problema de saúde pública
As hepatites virais constituem, ainda, um sério problema de saúde pública. O Ministério da Saúde lançou um plano para eliminar a hepatite C até 2030. Para alcançar a meta da Organização Mundial de Saúde (OMS), é preciso diagnosticar 90% dos portadores das hepatites virais e tratar 80% dos portadores da hepatite C, além de reduzir 65% da mortalidade.
Atualmente, a melhor estratégia para se alcançar essa meta é promover a oferta de testes rápidos de hepatites B e C para toda a população, além do tratamento, diagnóstico e cura num mesmo local, prevenindo as complicações da doença.
Outra ação importante é aumentar a realização dos testes na população privada de liberdade, pessoas acima dos 40 anos e idosos asilados, entre outros, além de facilitar o acesso aos locais de tratamento.
“As hepatites B e C matam mais do que o vírus HIV no mundo”, esclarece a coordenadora do Programa de IST/Aids e Hepatites Virais, da Secretaria Municipal de Saúde de Nova Friburgo, Michelle Caetano.
Segundo dados da OMS, a cada 30 segundos, alguém perde a vida para as hepatites. Para que esse quadro mude, é preciso curar cinco vezes mais do que agora. A hepatite mata mais do que a Aids e só com a articulação efetiva de todos os setores que os óbitos poderão ser evitados.
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