Friburguenses dizem o que pensam das novas medidas restritivas

Para uns, esforço é necessário; para outros, não vai dar em nada
sexta-feira, 26 de março de 2021
por Thiago Lima (thiago@avozdaserra.com.br)
Movimento  na Avenida Alberto Braune nesta sexta, primeiro dia do
Movimento na Avenida Alberto Braune nesta sexta, primeiro dia do "superferiadão" (Fotos: Henrique Pinheiro)

Os friburguenses acordaram nesta sexta-feira, 26, com inúmeras dúvidas sobre o “superferiadão” decretado pelo Governo do Estado e seguido pela Prefeitura de Nova Friburgo com medidas ainda mais rígidas.  A equipe de A VOZ DA SERRA percorreu o Centro da cidade para saber o que a população friburguense acha desse “superferiadão” e as medidas impostas pelos decretos estadual e municipal para tentar conter o avanço da pandemia que já tirou a vida de mais de 300 friburguenses e contaminou mais de 11.600 moradores do município. 

“Eu acho necessário. Tem que ter mesmo esse ‘superferiadão’, que não é um feriado, e sim um retiro - um retiro necessário, já que muita gente não fez o que teria que fazer. Não teve outra solução e essa medida vai ser amarga para todo mundo, nesse momento que está sendo difícil para todos. Cada um vai ter que ceder um pouquinho para a gente tentar ‘recuperar’ o tempo perdido”, disse Francisco Amêndola. 

“Em meio ao momento caótico social que vivemos é fundamental a adesão ao ‘superferiadão’ decretado pelo Governo do Estado, já que o número de infectados e óbitos cresce de forma alarmante e descontrolada em nosso país. Aqui na cidade, o único hospital público (Raul Sertã) encontra-se sobrecarregado sem leitos disponíveis para a população, e tendo em vista a quantidade de pessoas infectadas diariamente. Se essa realidade não for controlada, a tendência é que os hospitais particulares colapsem também. A partir dos decretos estipulados pelo prefeito Johnny Maycon, algumas instituições serão afetadas economicamente, entretanto, neste momento não há alternativas cabíveis a não ser o isolamento social, de acordo com que os especialistas tornam público a todo instante”, detalhou Mariana França. 

“Eu não estou muito de acordo não, pois o pessoal vai começar a sair de uma cidade para outra e vai acabar tendo uma evasão nas cidades. Esse decreto não devia ter acontecido, mesmo com as barreiras sanitárias, pois há casos que uma pessoa, por exemplo, que tenha uma casa em Rio das Ostras, pode ceder seu imóvel para outra pessoa ocupá-lo. Eu acho que o povo precisa ter mais consciência para evitar o que está acontecendo atualmente”, disse Nilton Zebendo. 

“Será que resolve? Eu só sei que vai atrapalhar muito, ainda mais eu, que trabalho com salão de beleza. Ter que manter ele fechado vai ser muito complicado para mim”, relatou Cristiane Gomes. 

“Eu acho bom, mas não funciona. Hoje (sexta-feira, 26), por exemplo, está tudo aberto, funcionando. Se o decreto entrasse em vigor direitinho, tudo bem. Eu não entendo como ninguém respeita o decreto, mas eu acho bom ter esse ‘superferiadão’ pois a doença está aí e precisamos manter todos os cuidados. Sair só em caso de emergência, ir ao banco, etc”, observou Lucimar dos Santos. 

“Por um lado prejudica, mas por outro lado, beneficia, né? Mas infelizmente os idosos mesmo, não colaboram - tem muita gente na rua sem necessidade. O comércio ficou fechado quatro meses e meio no início da pandemia, a economia caiu e agora estão querendo fechar por mais dez dias. Onde vai chegar nossa cidade? Uma cidade turística, que já teve de tudo, sempre foi a capital da moda íntima e hoje em dia nossa cidade está largada e abandonada, sem investimentos e sem visitantes. Espero que esse novo prefeito possa dar um jeito em Nova Friburgo”, esclareceu Carlos Cleison. 

“Eu acho que não funciona, pois ninguém respeita. Ninguém entende a gravidade desse problema (a pandemia). Com esse ‘superferiadão’ ou não, vai dar no mesmo, depois desse ‘feriadão’ a população vai ver como vai ficar a situação”, disse Iraci Losada. 

 

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