Friburguenses aproveitam quarentena e incrementam o ferreomodelismo

Aficionados contam que brinquedo é uma excelente opção para quem procura algo para entreter a mente e passar o tempo de forma saudável
quinta-feira, 17 de dezembro de 2020
por Vinicius Gastin
Friburguenses aproveitam quarentena e incrementam o ferreomodelismo

Nova Friburgo e o trem. O progresso da cidade está diretamente entrelaçado, historicamente, como um dos primeiros e mais importantes meios de transporte já existentes. E se hoje as ferrovias do município e do país, de uma forma geral, passam por um processo de sucateamento, a tradição resiste através de novas tecnologias, em tamanho reduzido na comparação com os gigantes vagões, mas proporcionalmente grande na memória de quem faz do ferreomodelismo um hobby.

“Meu irmão, já falecido, tinha uma maquete, e passei a gostar do ferreomodelismo por causa dele. Tenho algumas vitrines onde coloco meu material, acompanho este mercado na internet e, sempre que posso, ando de Maria Fumaça no Brasil e no exterior. Penso em passar esta minha paixão para meu único neto”, conta o empresário friburguense Alcindo Alves dos Reis Filho, há mais de 20 anos envolvido neste hobby, com uma vasta coleção de mais de 60 peças, entre vagões e locomotivas.

A paixão pelas ferrovias parece ter sido intensificada neste período de isolamento necessário para tentar conter a propagação do coronavírus, no qual as pessoas permanecem mais tempo em casa e muitas vezes trabalham no sistema de home office com a oportunidade de incrementar alguns hobbies para preencher os períodos de ociosidade

Os apaixonados pelo trem elétrico contam que o brinquedo é uma excelente opção para quem procura algo para entreter a mente e passar o tempo de forma saudável. O ferrorama, segundo eles, é um aliado para desestressar e ajudar a minimizar os efeitos do momento delicado pelo qual a humanidade de um modo geral atravessa.

O aposentado Antônio Carlos Scofano, 74 anos, cultiva esse hobby desde os 12 anos, quando ganhou do pai, em Nova Friburgo, o primeiro trem elétrico. “Desde então, não parei mais, e lá se vão 62 anos de ferreomodelismo”, diz Scofano, que possui mais de 100 peças em sua coleção. “Esta minha paixão começou com meu pai e espero que meus filhos e netos continuem com este hobby. De certa forma, a pandemia fez com que me dedicasse mais a este hobby”, comenta o aposentado.

Para ele, seria bom que a cidade montasse uma associação para reunir os fãs do ferreomodelismo. “Uma pena que não tenha uma. Eu, por exemplo, instituí o sábado como o dia da minha ‘tremrapia’”, conta.

O também aposentado Marco Correa Moreira, de 70 anos, reúne em sua casa 15 locomotivas e cerca de 50 vagões, que rodam em sua maquete de seis metros. “Sempre gostei de trem, e a pandemia me aproximou ainda mais deste hobby, pois mexo nele quase que diariamente. Meu filho, inclusive, está seguindo os passos no ferreomodelismo”, conta Moreira.

O ferreomodelismo é um dos hobbies mais antigos do mundo. A origem remonta ao período em que o transporte ferroviário foi adotado massivamente e as primeiras miniaturas de trens foram fabricadas por volta de 1830, por artesãos alemães. De norte a sul do Brasil, muitas pessoas têm se interessado pelos trens elétricos em miniatura, seja por diversão, hobby ou mesmo para preservar a memória ferroviária do país.

“Em tempos como estes, em que as famílias têm ficado em casa, é preciso arrumar algum hobby para distrair a mente. As pessoas pensam que o transporte ferroviário morreu, mas ele está vivo e em expansão. A ferrovia é de valor estratégico imprescindível para um país como o Brasil, e este crescimento ajuda a fomentar ainda a mais a paixão que muitos brasileiros têm pelos trens, sendo que muitos passam o hobby do ferreomodelismo para as futuras gerações”, diz Lucas Frateschi, diretor de uma empresa especializada em trens elétricos, com mais de 50 anos de atuação no mercado.

 

Publicidade
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Apoie o jornalismo de qualidade

Há 79 anos A VOZ DA SERRA se dedica a buscar e entregar a seus leitores informações atualizadas e confiáveis, ajudando a escrever, dia após dia, a história de Nova Friburgo e região. Por sua alta credibilidade, incansável modernização e independência editorial, A VOZ DA SERRA consagrou-se como incontestável fonte de consulta para historiadores e pesquisadores do cotidiano de nossa cidade, tornando-se referência de jornalismo no interior fluminense, um dos veículos mais respeitados da Região Serrana e líder de mercado.

Assinando A VOZ DA SERRA, você não apenas tem acesso a conteúdo de qualidade, mantendo-se bem informado através de nossas páginas, site e mídias sociais, como ajuda a construir e dar continuidade a essa história.

Assine A Voz da Serra

TAGS: