Mesmo com mais um reajuste no valor dos combustíveis, continua aumentando o número de motoristas por aplicativo em Nova Friburgo, informa Wanderson Nogueira na coluna "Observatório". Em busca de renda extra ou mesmo como principal fonte de renda, a coluna "Observatório" levantou que atualmente Nova Friburgo já conta com 800 motoristas cadastrados nas três principais plataformas que atuam na cidade.
Aumento exponencial
O efeito em Nova Friburgo é contrário ao que está acontecendo no Brasil. Na média nacional, aproximadamente um quarto dos motoristas de aplicativo estão abandonando a tarefa. O aumento de quase 60% no valor dos combustíveis é um dos principais fatores.
Carro na garagem
No entanto, esse mesmo aumento de combustível está levando muitos friburguenses a deixar o carro na garagem e aderir ao transporte por aplicativo. Soma-se a isso a falta de vagas de estacionamento nas vias públicas. A prefeitura tem reservado cada vez mais vagas de parada rápida e os valores cobrados pelos estacionamentos rotativos particulares são cada vez mais abusivos. No orçamento apertado pela inflação, andar em carros de aplicativo sai mais barato.
Mais passageiros
A reclamação de nível nacional é a mesma de nível local: o aumento do tempo de espera que piora, dependendo do horário. Mas por aqui não é pela queda no número de motoristas e sim pelo aumento de passageiros. Já os motoristas reclamam que desde 2015 não há aumento no valor das tarifas por parte dos principais aplicativos, assim como o repasse que fazem aos trabalhadores.
Concorrência
As diferenças de um aplicativo para outro pesam no bolso dos motoristas (com maior ou menor repasse) e dos passageiros. Em Nova Friburgo, o maior número de motoristas atua pela empresa 99 que cobra taxas menores do que a principal concorrente, Uber. Nessa disputa, quem vem crescendo é a recém-chegada Garupa, que cobra taxas dos motoristas ainda menores do que o 99 e vem atraindo motoristas e consequentemente passageiros.
Atratividade
Com mais carros cadastrados, os usuários passam também a buscar a plataforma que tem mais oferta de veículos, para além do preço menor. Como há menos carros da Uber, por exemplo, as pessoas já chamam direto uma das duas plataformas concorrentes. É um efeito natural de oferta, demanda e preço, o que influencia no tempo de espera.
Tarifas diversas
Para efeito de comparação, em condições habituais, em uma corrida de três quilômetros em Nova Friburgo, a Uber cobra R$ 7,75 do passageiro e repassa ao motorista R$ 5,65. Já a 99, cobra R$ 7,60 e repassa ao motorista 6,80. A Garupa tem como base 2,5 quilômetros e cobra do passageiro R$ 6,95 e repassa ao motorista R$ 6,30. A concorrência é sempre bem-vinda e quem ganha é o usuário.
Transporte público
Óbvio que tudo isso afeta o transporte público por ônibus, com redução de passageiros. A maior reclamação da empresa Faol nem são os aplicativos em si, mas veículos que fazem fretada, ou seja, transporte de passageiros direto nos pontos de ônibus. Param próximo aos principais pontos e levam de três a quatro pessoas com o destino que fariam no ônibus pelo mesmo valor ou por alguns centavos a mais. Sem fiscalização, a prática pode ser observada nos horários de pico.
Ônibus para o Rio mais barato
Já o transporte intermunicipal, que inclusive baixou o preço das passagens para o Rio de Janeiro e Niterói, tem sido afetado pela carona solidária subsidiada. O principal aplicativo é o Bla Bla Car. Um motorista que vai para a capital, por exemplo, divide os custos da viagem com quem não vai de carro. Geralmente cobra entre R$ 35 e R$ 40 diretamente pela plataforma. A passagem de ônibus que chegou a R$ 57 caiu para a partir de R$ 42.
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