A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) realizou, na semana passada, um evento em comemoração aos dois anos de criação do Conselho Empresarial de Mulheres, que contou com a participação de empresários, representantes das três esferas do governo, Confederação Nacional da Indústria (CNI) e de demais entidades. A cerimônia aconteceu na Casa Firjan, na capital, e também contou com a entrega de certificados de conclusão do projeto Trilha de Gênero e Diversidade nas Empresas, idealizado pelo conselho.
A comemoração levantou debates sobre equidade de gênero, ambiente empresarial mais inclusivo e combate a violência contra as mulheres. "A igualdade de gênero e o fortalecimento de todas as mulheres e meninas são considerados objetivos essenciais em direção a um mundo mais próspero,justo e sustentável, segundo as nações unidas", destacou o novo presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.
Ele ainda enfatizou a importância do Conselho Empresarial de Mulheres que foi criado para ser um gerador de ações, conexões e estímulo ao empreendedorismo e empoderamento econômico feminino. "Esse grupo tem sido um catalisador de mudanças desde o seu lançamento em 2022. Nos dedicamos a equidade de gêneros,à promoção de um ambiente empresarial inclusivo,ao apoio ao empreendedorismo e ao combate a violência contra as mulheres. Para muitas mulheres vulneráveis,o emprego é o melhor ambiente para demonstrarem potências. Queremos que as mulheres em posição de destaque sejam a regra e não a exceção", disse Carla Pinheiro, presidente do Conselho e da Associação dos Joalheiros e Relojoeiros do Estado do Rio de Janeiro (Ajorio).
Ela enumerou as diversas ações desenvolvidas pelo Conselho nestes dois anos, como o projeto Elas na Indústria composto por turmas do Senai exclusivas para as mulheres cis e trans, a participação no Conselho Estadual de Empreendimento Feminino e na Fevest com o painel "Mulheres da Indústria da Moda", a Trilha de Gênero e Diversidade nas Empresas e parceria com a feira Sou do Rio, edição Mulheres Empreendedoras.
Empoderamento e qualificação
A empresária friburguense Márcia Carestiato Sancho, vice-presidente do Conselho Empresarial de Mulheres da Firjan e presidente da representação regional da federação no Centro-Norte fluminense, ressaltou a importância do projeto destacando "a qualificação de mulheres em situação de vulnerabilidade na região, para que elas tenham autonomia financeira e consigam se realocar no mercado de trabalho ou até mesmo sair de relações que tragam riscos às suas vidas. Além disso,ampliamos parceria, através do Senai, junto às prefeituras para continuar este trabalho de empoderamento e independência".
"O Conselho da Firjan faz a diferença para a perspectiva da construção do empreendimento feminino. Queremos a igualdade entre homens e mulheres agora. Isso contribuiu para a indústria, o governo e a humanidade. Outra bandeira é a Mobilização Nacional pelo Feminicídio zero. A cada quatro minutos uma menina ou mulher sofre violência sexual", enfatizou Cida Gonçalves, ministra das Mulheres, que prestigiou a cerimônia.
Nas esferas municipais, Leidiane de Paula, secretária de Políticas e Promoção da Mulher do Rio de Janeiro, e estadual, Marcele Porto, superintendente de Autonomia Econômica da Secretaria da Mulher, elogiaram a atuação do Conselho,citaram parcerias com a Firjan e a importância do enfrentamento da violência contra as mulheres e ações de empoderamento feminino.
Força na indústria
Segundo dados apresentados por Danusa Lima, coordenadora do Fórum Nacional da Mulher, da CNI, as mulheres representam 25% da força do trabalho na indústria. Desse percentual, 29% estão em cargo de chefia. Além do Rio, apenas as federações de São Paulo e da Bahia possuem conselhos de mulheres. Durante a mesa redonda, Michele Barron (Fiesp) e Renata Muller (Fieb), apresentaram suas ações e os desafios para a conquista de direitos femininos.
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