O ex-assessor técnico da Secretaria Municipal de Saúde de Nova Friburgo, Marcelo Murta, que chegou a ter o nome anunciado como titular da pasta em janeiro, cargo hoje ocupado pela enfermeira concursada Nicole Ribeiro Lessa Cipriano, contestou a reportagem de A VOZ DA SERRA que noticiou na última semana que a prefeitura assumiu a gestão de todos os 20 leitos de UTI/Covid do Hospital Municipal Raul Sertã.
Na reportagem, a secretária Nicole esclarece que a notícia de que o Ministério da Saúde havia autorizado dez leitos não significava novas vagas, e sim “a habilitação dos dez leitos já existentes que eram administrados e custeados pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro”. A mesma reportagem informa ainda que os 30 respiradores adquiridos pela prefeitura em janeiro ainda estão inoperantes, à espera da abertura de novos leitos.
Segundo Murta, as informações não procedem. Em mensagem ao jornal, ele diz que 30 novos leitos foram solicitados, aprovados e habilitados pelo governo estadual e que, ao contrário do que a prefeitura prega, existe quantitativo suficiente de médicos para a abertura desses leitos.
“Não compreendo o motivo da não abertura dos mesmos (os 30 leitos). Esses respiradores, conseguidos com muito esforço, deveriam estar sendo utilizados em benefício da população”, afirmou Murta, que recusou o cargo de secretário de Saúde em janeiro, deixou o governo e está trabalhando na iniciativa privada.
Segundo o ex-assessor técnico, o Hospital Raul Sertã poderia ter hoje 50 leitos de UTI/Covid funcionando plenamente. “Comprovamos ao estado que possuímos médicos, enfermeiros e técnicos além de todos equipamentos para a liberação desses leitos”, sustenta.
O que diz a prefeitura
A secretária municipal de Saúde, Nicole Cipriano, esclareceu que enquanto Murta esteve na pasta, ela era diretora administrativa do Hospital Municipal Raul Sertã e, devido a isso, ela participou pessoalmente da inspeção feita por representantes do Governo do Estado do Rio no hospital na época. O objetivo da observação da equipe do estado era analisar as condições e viabilidade da habilitação de 50 leitos, o que não foi possível, pois os fiscais só encontraram a área física pronta, sem camas e quaisquer tipos de equipamentos, mão de obra técnica em número insuficiente etc.
Para credenciar tantos leitos, seria necessário apresentar um relatório fotográfico dos equipamentos montados, com escala médica e de enfermagem própria. Nada disso ocorreu; inclusive o site da Secretaria estadual de Saúde corrobora a informação: “permanecendo no plano”.
Nicole afirma ainda que, enquanto diretora da unidade, informou ao então secretário Marcelo Murta sobre a inviabilidade de habilitação dos 50 leitos e que havia a possibilidade de serem abertos 29 leitos. Ao assumir a pasta, a atual secretária, Nicole Cipriano, cancelou o pedido de habilitação dos 50 leitos. Por ser técnica, conhecia da impossibilidade de sua implantação e, agora, trabalha para viabilizar a estrutura exigida pelo estado visando a instalar os 30 respiradores enviados ao município por meio de emenda parlamentar.
A secretária informou também que os respiradores estão montados e testados pela própria fabricante, aguardando a conclusão da construção de subestação elétrica própria para a nova área.
Deixe o seu comentário