Sob ameaças de um céu vez por outra cinzento, os friburguenses se perguntam: quando vai chover um pouco para aliviar a secura do ar e do solo, assentar a poeira suspensa e melhorar a qualidade do ar? E outra pergunta: quando virá, sobretudo durante o dia, o frio do inverno?
Por enquanto, segundo o Climatempo, nenhuma mudança, nenhuma novidade à vista, é a resposta para as duas perguntas. A grande massa de ar seco que vem predominando sobre o Brasil, e atuando fortemente sobre o Sudeste, ficou ainda mais forte nos últimos dias e mantém as condições para o bloqueio atmosférico que impede a chegada de frentes frias, que ficam restritas ao Sul do Brasil.
Até o fim de julho, poucos episódios de chuva deverão ocorrer em algumas áreas do litoral, em dias onde houver um eventual aumento do vento marítimo. Nesta situação tem-se um aumento da concentração de ar úmido nas áreas próximas ao mar, o que favorece o desenvolvimento de nuvens de chuva.
O meteorologista Vinícius Lucyrio, da equipe de previsão climática do Climatempo, aposta que o bloqueio das frentes frias dure mais duas semanas. Segundo ele, modelos atmosféricos simulados em computador indicam alguma mudança somente no início de agosto.
A climatologia, ou seja, os estudos sobre o tempo, mostra que julho é um mês normalmente seco. O problema este ano é que a falta de chuva vem sendo sentida desde março.
A primeira quinzena de julho fechou com grande parte do Sudeste acumulando entre 70 e mais de cem dias sem ocorrência de chuva igual ou acima de 10mm em 24 horas.
"Vândalos criminosos"
A vegetação seca favorece incêndios florestais. Segundo o portal de notícias G1, baseado no Instituto Estadual do Ambiente (Inea), o incêndio no último domingo, 17, no Caledônia consumiu três hectares de mata do Parque Estadual dos Três Picos. A VOZ DA SERRA não conseguiu informações oficiais do Corpo de Bombeiros.
Segundo o Inea, o fogo começou na Rua Albeuve, no bairro Cascatinha. O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 19h30 por guardas-parques. O combate varou a madrugada.
Na manhã de segunda-feira, três guarda-parques e o coordenador da unidade estavam atuando no rescaldo e monitorando a área para evitar que o incêndio recomeçasse.
"A gente conta com o apoio da sociedade para inibir o uso do fogo e também fazer denúncias desses vândalos criminosos que, além de agredir a saúde da sociedade friburguense, degrada o patrimônio e essa biodiversidade tão linda que temos no Caledônia", disse ao G1 o coordenador Romenique.
A Região Serrana estava com risco muito alto para incêndios florestais no domingo, de acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) colhidos pelo G1.
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