O Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado neste sábado, 29, foi instituído com o objetivo de reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco. Criado em 1986 pela lei federal 7.488, a data inaugura a normatização voltada para o controle do tabagismo como problema de saúde coletiva.
Este ano, o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) escolheu como tema da campanha alusiva ao Dia de Combate ao Fumo, “Tabagismo e coronavírus”. Isso porque o tabagismo, também considerado uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tem papel de destaque no agravamento do avanço dos casos de Covid-19, já que é fator de risco para transmissão do vírus e para o desenvolvimento de formas mais graves da doença. A campanha também aborda a importância do não fumar e de adotar comportamentos saudáveis no momento que houver retorno gradual às atividades cotidianas.
Tabagismo e Covid-19
Fumantes parecem ser mais vulneráveis à infecção pelo coronavírus, pois o ato de fumar proporciona constante contato dos dedos (e possivelmente de cigarros contaminados) com os lábios, aumentando a possibilidade da transmissão do vírus para a boca. O uso de produtos que envolvem compartilhamento de bocais para inalar a fumaça, como narguilé e dispositivos eletrônicos para fumar, também pode facilitar a transmissão do coronavírus entre seus usuários e para a comunidade.
Além disso, o tabaco causa diferentes tipos de inflamação e prejudica os mecanismos de defesa do organismo. Por esses motivos, os fumantes têm maior risco de infecções por vírus, bactérias e fungos. Os fumantes são acometidos com maior frequência de infecções como sinusites, traqueobronquites, pneumonias e tuberculose. Por isso, é possível dizer que o tabagismo é fator de risco para a Covid-19 e que é um agravante da doença: devido a um possível comprometimento da capacidade pulmonar, o fumante possui mais chances de desenvolver sintomas graves da doença.
O fumo em números
Segundo informações do Ministério da Saúde, o número de brasileiros que mantém o hábito de fumar caiu 38% no período de 13 anos. É o que aponta dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Em 2019, 9,8% dos brasileiros afirmaram ter o hábito de fumar, enquanto que, em 2006, ano da primeira edição da pesquisa, esse índice era de 15,6%. A queda reforça a tendência nacional já observada nos anos anteriores. Por outro lado, o Vigitel 2019, divulgado na última semana pelo Ministério da Saúde, mostrou que o consumo abusivo de álcool apresentou alta.
A prevalência de fumantes é menor nas faixas extremas de idade: entre adultos com 18 a 24 anos (7,9%) e adultos com 65 anos e mais (7,8%). A prevalência do hábito de fumar diminui com o aumento da escolaridade, sendo de 6,7% entre aqueles com 12 anos e mais de escolaridade.
O tabagismo é a principal causa de câncer de pulmão, sendo responsável por mais de dois terços das mortes por essa doença no mundo. No Brasil, esse tipo de câncer é o segundo mais frequente. Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, mostram que 27.833 pessoas morreram em 2017 devido a essa causa. Entretanto, as consequências dos cigarros não são apenas essas.
O número de mortes e internações é maior quando se considera que o tabagismo causa outras doenças. Segundo o Inca, em 2015, as mortes com relação direta ao uso do tabaco foram: doenças cardíacas (34.999); Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica – DPOC (31.120); outros cânceres (26.651); câncer de pulmão (23.762); tabagismo passivo (17.972); pneumonia (10.900) e por acidente vascular cerebral – AVC (10.812
A prevenção em Friburgo
Em Nova Friburgo, o Programa de Controle do Tabagismo, da Subsecretaria de Vigilância em Saúde, atende uma grande demanda de fumantes que vêm sendo sensibilizados sobre os malefícios do tabagismo. O atendimento, baseado na abordagem cognitivo-comportamental e utilização do tratamento medicamentoso quando necessário, é realizado nas unidades de saúde, em grupos coordenados por profissionais de saúde capacitados para executar as ações preconizadas pelo Ministério da Saúde.
Unidades que oferecem o tratamento do tabagismo
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Policlínica Centro Dr. Sílvio Henrique Braune
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Posto de Saúde Dr. Waldir Costa/ Conselheiro Paulino
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Unidades de Estratégia de Saúde da Família:
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Olaria II
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Olaria III
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Nova Suíça
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Riograndina
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Stucky
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Campo do Coelho
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Lumiar
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São Pedro da Serra
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Amparo
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Centenário
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São Lourenço
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