A VOZ DA SERRA recebeu denúncias sobre um carro oficial da Prefeitura de Nova Friburgo que estaria transportando roupas sujas e infectadas do Hospital Maternidade Mário Dutra de Castro para serem lavadas e higienizadas na lavanderia do Hospital Municipal Raul Sertã. Ainda segundo a denúncia feita ao jornal, o mesmo veículo estaria sendo utilizado para transportar pacientes da maternidade para exames e também funcionários em tarefas administrativas.
A prefeitura informou, através de nota, que “as roupas da Maternidade de Nova Friburgo são lavadas no Hospital Municipal Raul Sertã em dias especiais, com as máquinas elevadas a temperatura adequada, sem risco de contaminação e sem causar danos à rotina de lavagens de roupas do Raul Sertã. Todo o volume de roupas é transportado ensacado em veículo próprio.”
No entanto, observa o denunciante, as atividades de coleta e transporte de resíduos hospitalares, assim como de roupas sujas de hospitais, envolvem riscos de contaminação. Por esse motivo, principalmente, se faz necessário adotar procedimentos técnicos operacionais, embasados em normas e legislações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Saúde.
Essas normas precisam ser seguidas, assim como o licenciamento para estas atividades. Diversos cuidados precisam ser tomados para que as tarefas se conduzam de modo seguro e não sejam cometidas infrações à legislação aplicável ou erros técnicos por parte dos colaboradores responsáveis.
Sobre o caso, também em nota, a prefeitura informou que “a Secretaria Municipal de Saúde disponibilizou um veículo exclusivamente para o transporte das roupas entre as unidades para ficar baseado no Hospital Maternidade Dr. Mário Dutra de Castro, entretanto, o automóvel apresentou defeito mecânico e está na manutenção. A locomoção dos pacientes deve ser realizada pela ambulância da unidade em casos de necessidade.”
A importância da coleta e transporte de resíduos hospitalares
A gestão adequada dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) é fundamental para minimizar os riscos à saúde dos trabalhadores, pacientes, visitantes e ao meio ambiente, além de estar em conformidade com as regulamentações e normas estabelecidas pelas autoridades competentes (legislações sanitárias, ambientais e segurança do trabalho). É importante que os hospitais, clínicas, laboratórios e outras instituições de saúde tenham planos de gerenciamento de resíduos bem estruturados, incluindo a segregação correta dos resíduos na fonte, o treinamento dos funcionários, o uso de equipamentos de proteção individuais adequados, a contratação de empresas especializadas para o transporte e destinação final dos resíduos, entre outras medidas para garantir a segurança e proteção de todos os envolvidos e diminuição dos riscos inerentes.
É importante ressaltar que toda instituição de saúde deve obrigatoriamente, elaborar o seu Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), que é um documento que aponta e descreve todas as ações relativas ao gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde, observadas suas características e riscos, contemplando os aspectos referentes à geração, identificação, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, destinação e disposição final ambientalmente adequada, bem como as ações de proteção à saúde pública, do trabalhador e do meio ambiente.
Como é feito o transporte dos resíduos de hospitais
O transporte dos resíduos hospitalares é uma atividade crucial para garantir que os resíduos sejam manuseados, transportados e dispostos adequadamente, seguindo as normas e regulamentações aplicáveis. Esse transporte geralmente é realizado por empresas especializadas em gerenciamento de resíduos, que possuem a licença e o treinamento adequado para lidar com esse tipo de material.
O processo pode variar dependendo das regulamentações locais e das práticas adotadas por cada hospital, mas em geral, envolve os seguintes passos:
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Segregação: Separação dos resíduos, conforme a classificação dos grupos estabelecida no momento e local de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos;
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Acondicionamento: Os resíduos hospitalares são segregados e acondicionados corretamente em recipientes adequados, que são projetados para evitar vazamentos e contaminações. Isso pode incluir o uso de sacos plásticos resistentes, caixas de papelão, tambores ou recipientes rígidos, dependendo do tipo de resíduo.
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Identificação: Os recipientes de resíduos hospitalares devem ser identificados de forma clara e visível, com rótulos ou etiquetas que indiquem o tipo de resíduo contido e os possíveis riscos associados.
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Coleta: Os resíduos acondicionados são coletados em veículos apropriados para o transporte de resíduos, que são projetados e equipados de acordo com as regulamentações aplicáveis. Esses veículos são geralmente adaptados para evitar vazamentos e contaminações durante o transporte.
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Armazenamento temporário interno: Abrigos de resíduos internos (expurgos) e abrigos de resíduos central (final).
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Transporte externo: Os resíduos hospitalares são transportados para um local de destino apropriado, que pode ser uma instalação de tratamento, incineração, aterro sanitário ou outro local autorizado para o tratamento e disposição de resíduos perigosos ou não perigosos, de acordo com as regulamentações locais.
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Documentação: É comum que os resíduos hospitalares sejam acompanhados por documentos de transportes, como manifestos de resíduos ou outros registros que contemplam informações relevantes sobre o transporte, incluindo o tipo de resíduo, quantidade, origem e destino.
Riscos
Procedimentos inadequados podem trazer consequências para a saúde dos próprios funcionários, assim como um acidente em trânsito destes resíduos pode criar situações de riscos para pessoas e para o meio ambiente.
A forma de coletar e de transportar os RSS até o local de tratamento para posterior destinação final é regulada e precisa atender às boas práticas definidas em legislação aplicável à atividade. Assim, o pessoal envolvido com o transporte deve estar capacitado para essa tarefa, uma vez que se trata de uma rotina diária.
Além da capacitação, os profissionais que realizam a coleta e o transporte devem estar adequadamente paramentados com os equipamentos de proteção individuais (EPIs) aplicáveis.
O veículo utilizado deve ser adequado para o tipo de resíduo que será transportado. Também em função dos resíduos que carrega, placas de sinalização específicas devem ser afixadas no veículo conforme padrão definido em normas pertinentes. Nesse sentido, deve ser considerado que todo gerador de resíduos continua responsável até a destinação final.
Transporte de roupas sujas hospitalares
A abordagem utilizada para o transporte de roupas sujas de ambientes hospitalares deve seguir procedimentos semelhantes aos aplicados aos RSS. A principal diferença é que as roupas não são encaminhadas para destinação final, e sim para lavanderias internas (setor presente dentro da própria instituição) ou lavanderias externas especializadas para que cumpra este papel.
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