No dia 11 de março deste ano foi declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a pandemia de coronavírus. Em Nova Friburgo, o prefeito Renato Bravo decretou pela primeira vez, em publicação no Diário Oficial eletrônico do dia 13 de março, medidas de restrição e enfrentamento ao vírus, válidas a partir do dia 16 do mesmo mês.
De lá pra cá, o vírus que se espalhou pela cidade e já ceifou mais de 70 vidas e mudou definitivamente o comportamento dos friburguenses. Ou, pelo menos, de quase todos. Diante de várias medidas como uso obrigatório de máscaras, restrições das atividades do comércio, regras de distanciamento social e a redução de atendimentos presenciais em diversos estabelecimentos, é possível traçar uma linha do tempo comportamental no município.
Chama a atenção, no entanto, que conforme a proliferação do vírus foi se espalhando, pelas lentes de Henrique Pinheiro e pela percepção do jornalista, o que era para ser um movimento natural de queda de circulação de pessoas ao longo dos últimos meses, na realidade a circulação de pessoas nas ruas continuou praticamente a mesmo, tendo como parâmetro dias normais, sem pandemia.
Há de se justificar que algumas datas comemorativas levaram o público, já desgastado do isolamento social, às ruas. Ainda assim, a falta de cuidados ao se expor em ambientes públicos sem o equipamento de proteção primordial gera o entendimento de que deveria se ter mais cuidados.
MARÇO - Desde o dia 16 de março, com aulas, eventos e comércio não essencial suspensos e com o outro decreto que começou a valer no dia 23 suspendendo as atividades das confecções e das indústrias o que se viu foram poucas pessoas nas ruas. Este período foi o único em que a cidade de fato cumpriu consideravelmente com as medidas de isolamento social. Vários registros como o da foto circularam pelas redes sociais destacando com o aspecto de “cidade abandonada”. A Avenida Alberto Braune estava praticamente deserta durante o restante do mês. Talvez tenha sido por esse distanciamento bem feito que a cidade ainda resistiu até o início de abril para registrar o primeiro caso de Covid-19.
ABRIL - Após o registro do 1º caso no dia 3, motivados pela proximidade da Páscoa, os friburguenses começaram a circular pelas ruas com mais intensidade. Também neste mês a Caixa começou a pagar a 1ª parcela do auxílio emergencial de R$ 600. Foram observados muitos pontos de aglomeração, em especial em agências bancárias e lojas com foco no comércio de doces.
MAIO - No terceiro mês de quarentena, um volume ainda maior dos “furões do isolamento social” foi registrado com maior frequência. A discussão sobre flexibilização estava bem aquecida, apesar dos decretos municipais reforçarem as recomendações de distanciamento social. Mas ficou difícil ficar em casa e deixar passar em branco o Dia das Mães. A data motivou muitos friburguenses ir às ruas para comprar presentes.
JUNHO - Neste mês, o que se viu nos meses anteriores aumentou consideravelmente, assim como o número de casos na cidade. Pode-se especular a consequência justamente desse comportamento “arredio” em que a circulação de pessoas aumentou ainda mais de um mês para outro. E não há uma data expressiva para justificar a movimentação. Nem o Dia dos Namorados, data muito comemorada pelos casais que costumam lotar bares e restaurantes, assim como estabelecimentos comerciais para presentear seu par.
JULHO - No dia 3 iniciou-se se a flexibilização no município, com um sistema de bandeiras, regido inicialmente pela taxa de ocupação de leitos de UTI para Covid-19. Após duas semanas, Nova Friburgo atingiu o patamar mais restrito da restrição com 75% de ocupação das UTIs exclusivas para pacientes infectados e a instituição da bandeira vermelha, a prefeitura mudou os critérios para aferir o sistema de flexibilização e afrouxou algumas medidas. Se sem flexibilização o movimento nas ruas já era grande, após o relaxamento das medidas, foi ainda maior. Não à toa o município viu o número de confirmados saltar e ultrapassar a casa dos mil infectados.
AGOSTO - Apesar de ainda estarmos no início do mês, o movimento nas ruas continua o mesmo que foi registrado no mês anterior, com o acréscimo de mais uma data comemorativa: o Dia dos Pais. A retomada gradual das atividades somadas a data comemorativa tem levado cada vez mais friburguense às ruas.
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