Como os animais nos ajudam a lidar com a solidão, ansiedade e outras emoções

Estudos científicos apontam que a convivência com cães e gatos pode reduzir os níveis de cortisol — o hormônio do estresse
quarta-feira, 09 de abril de 2025
por Liz Tamane
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

Num mundo cada vez mais acelerado, digital e, muitas vezes, solitário, os animais de estimação vêm se destacando como aliados fundamentais para a saúde emocional e o bem-estar dos seres humanos. Seja um cão que abana o rabo ao ver o tutor chegando, um gato que se aninha no colo em uma tarde silenciosa ou até mesmo um passarinho que canta ao amanhecer, a presença dos pets tem se mostrado mais que uma companhia: é uma forma concreta de apoio emocional em tempos difíceis.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os transtornos mentais, como a ansiedade e a depressão, afetam mais de 300 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, país com um dos maiores índices de ansiedade, os dados refletem um cenário em que muitas pessoas buscam alternativas para aliviar o estresse do cotidiano. É aí que entram os pets.

A relação entre humanos e animais de estimação é, antes de tudo, emocional. Estudos científicos apontam que a convivência com cães e gatos pode reduzir os níveis de cortisol — o hormônio do estresse — e aumentar a produção de oxitocina, o chamado “hormônio do amor”, associado ao afeto e à empatia.

Pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, comprovaram que acariciar um cachorro ou gato ajuda a diminuir os níveis de estresse das pessoas. Segundo a equipe, apenas dez minutos de interação já foram suficientes para a queda dos níveis de cortisol — principal hormônio ligado ao estresse.

Preenchendo vazios 

Para muitas pessoas que vivem sozinhas, os pets preenchem vazios afetivos e ajudam a manter uma rotina com mais sentido. A ansiedade é um dos males do século, e os pets também têm ajudado nesse campo. Os chamados “animais de suporte emocional” são reconhecidos em diversos países como ferramentas terapêuticas para pessoas que enfrentam quadros de ansiedade, pânico ou depressão. 

Solidão em tempos modernos

Em grandes cidades, onde a vida é cada vez mais solitária e impessoal, os animais de estimação ajudam a quebrar o ciclo do isolamento. Pessoas idosas, por exemplo, se beneficiam imensamente da companhia de um pet. 

Cuidar de um animal exige responsabilidade, mas também oferece recompensas emocionais significativas. O senso de utilidade e a rotina estabelecida para alimentar, brincar e zelar pela saúde do pet contribuem diretamente para a autoestima dos tutores. Essa reciprocidade no cuidado é um dos pontos mais poderosos da relação humano-animal.

A convivência com pets pode estimular ainda a empatia e a paciência, especialmente em crianças. Eles ajudam a ensinar valores como respeito, afeto e compromisso desde cedo, fortalecendo laços afetivos importantes para o desenvolvimento emocional.

Terapias assistidas por animais

As terapias assistidas por animais (TAA) vêm ganhando espaço no Brasil e no mundo. Em hospitais, escolas e instituições de reabilitação, cães treinados interagem com pacientes em sessões controladas e supervisionadas. Essas intervenções têm mostrado resultados promissores no tratamento de autismo, Alzheimer, traumas e até na reabilitação motora de pacientes em fisioterapia.

Mais do que nunca, essenciais

Durante a pandemia de Covid-19, o papel dos pets ganhou ainda mais visibilidade. Com o isolamento social, muitos encontraram nos animais uma forma de manter o equilíbrio emocional. É o que também indica um estudo realizado com mais de cinco mil voluntários do Reino Unido, que ficaram confinados entre março e junho de 2020 por conta da Covid. Os pesquisadores constataram que aproximadamente 90% tinham pelo menos um animal de estimação. 

Após responderem a um questionário, 90% dos participantes revelaram que o pet teve um papel importante durante a pandemia, ajudando a lidar emocionalmente com o isolamento social.

O aumento nos índices de adoção durante esse período também foi significativo — e muitos dos lares temporários viraram permanentes. A conexão entre humanos e animais se mostrou mais profunda do que nunca.

No fim das contas, mais do que uma companhia, os pets são fonte de amor incondicional, presença constante e apoio silencioso. Eles não julgam, não cobram e estão sempre ali — prontos para uma lambida, um ronronar ou um olhar que diz tudo.

Em tempos em que a saúde mental se torna pauta central no debate público, é impossível ignorar o poder terapêutico que um pet pode ter. Seja em momentos de dor ou de alegria, eles nos ensinam, todos os dias, que amar e ser amado pode, sim, ser o melhor remédio.

 

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