Um dos grandes problemas enfrentados pelo Friburguense é a falta de novas receitas. Mesmo aquelas anteriormente programadas, em especial a cota de TV, não entrará mais nos cofres do clube, por conta do rompimento entre a Rede Globo e a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj). São R$ 750 mil que deixam de vir, e desequilibram todo um planejamento de equalização de dividas e prosseguimento das atividades.
Essa é uma realidade enfrentada por todos os clubes do Estado, até mesmo aqueles que participaram da fase principal do Campeonato Carioca. No começo de fevereiro, a Rede Record fechou um acordo de R$ 26 milhões pelos direitos de transmissão dos jogos do Cariocão em 2021 e 2022. Dentro desse montante, 60% iriam ser destinados aos quatro grandes clubes do estado e os demais 40% ficariam com os oito clubes que disputam a competição (Bangu, Boavista, Macaé, Madureira, Portuguesa, Resende, Volta Redonda e Nova Iguaçu).
Além desses valores, as equipes ainda teriam direitos em cima da venda de PPV – o acordo firmado destinaria 53% das vendas para o time indicado pelo torcedor. O Saferj (Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Rio Janeiro) apresentou um documento informando que a última parcela dos direitos de arena (representando 5% dos valores fechados com a emissora) ainda não foi paga.
Segundo o ofício, foram pagas três parcelas: em 25 de fevereiro, R$ 125 mil; no dia 2 de março, mais R$ 125 mil e, em 20 de abril, R$ 100 mil. O valor que ainda falta é de R$ 200 mil, ou seja, 36% do valor que deveria ser destinado ao Saferj (valor total segundo o próprio Sindicato é de R$ 550 mil). Ainda segundo o comunicado, os 5% serão repassados aos atletas assim que forem pagos de forma integral.
Tal medida já foi refletida nos jogos da última rodada do Campeonato Carioca. Os jogadores do Macaé protestaram se sentando no gramado durante as últimas partidas disputadas pela equipe, em virtude da falta de pagamentos de salários e pela falta de condições de treinamento. A direção declarou, em nota oficial, que apoia a decisão de seus jogadores e que a principal responsável pela falta de pagamentos é a Federação do Rio de Janeiro (Ferj).
"A diretoria do clube respeita o posicionamento do nosso elenco, que vem sendo prejudicado com a falta de treinamentos adequados. Nosso município e os circunvizinhos, devido à pandemia, proibiram o uso de campos e similares por decretos. Enviamos ofício para a Ferj, que respondeu que deveríamos treinar em cidades que estivessem liberadas, porém o clube não recebeu, até o momento, nenhum pagamento referente às cotas de transmissão da TV, inviabilizando o pagamento das despesas com mudança de cidade durante a competição. Nossos atletas estão prejudicados no aspecto técnico e financeiro, sem o sagrado direito de recebimento de salários ", diz um trecho da nota.
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