A Subsecretaria Extraordinária das Ações Governamentais Integradas da Covid-19 divulgou esta semana a oitava edição do Mapa de Risco da Covid-19 que manteve o Estado do Rio de Janeiro classificado em bandeira amarela, o que representa baixo risco de contágio pelo coronavírus. Apenas duas das nove regiões do estado apresentam risco moderado, com bandeira laranja: Centro-Sul e Norte. Nessas duas regiões vivem 7,45% da população do estado. As sete regiões classificadas em bandeira amarela, de baixo risco de contágio para Covid-19, são: Metropolitanas I e II, Baía da Ilha Grande, Médio-Paraíba, Baixada Litorânea, Noroeste e Serrana. Juntas, elas concentram 92,55% da população fluminense.
No geral, houve em todo o estado do Rio uma redução nos números de óbitos (- 46,96%) e casos confirmados (- 33,31%). A taxa de ocupação de leitos de enfermaria destinados aos pacientes de Covid nos hospitais da capital e interior ficou em 36,23%, e a de leitos de UTI, em 52,57%. Apenas a previsão de esgotamento de leitos de UTI e a taxa de positividade para Covid (dois dos seis indicadores usados no cálculo) ainda mantêm o Estado do Rio de Janeiro na bandeira amarela.
Na Região Centro-Sul, que já estava em bandeira laranja na edição anterior do Mapa de Risco, houve aumento de 100% no número de óbitos, mas queda de 42,86% nos casos confirmados, mantendo a classificação de risco moderado de contágio. Nesta região estão 11 municípios com 1,96% da população fluminense distribuída nos municípios de Areal, Comendador Levy Gasparian, Engenheiro Paulo de Frontin, Mendes, Miguel Pereira, Paracambi, Paraíba do Sul, Paty do Alferes, Sapucaia, Três Rios e Vassouras.
Na Região Norte do estado, o aumento de óbitos foi de 45,45% e o total de casos confirmados teve acréscimo de 24,14%. Estes dados elevaram a classificação de risco da região, que na edição anterior do mapa estava amarela e passou para laranja, classificando risco moderado. Nesta região estão oito municípios que reúnem 5,49% da população do estado: Campos dos Goytacazes, Carapebus, Conceição de Macabu, Macaé, Quissamã, São Fidélis, São Francisco de Itabapoana e São João da Barra.
Bandeira amarela na região e verde no município
Nova Friburgo é o único município da região serrana que encontra-se em bandeira verde com maior flexibilização dos setores da economia local. Após oito semanas, a Prefeitura de Nova Friburgo anunciou no fim da tarde da última sexta-feira, 16, que o município entrou pela primeira vez em sete meses de pandemia, na classificação verde, que vai vigorar até pelo menos 1º de novembro. Esse é o estágio mais brando de restrições nas medidas de enfrentamento ao coronavírus impostas pelo Governo Municipal. Segundo a prefeitura, a bandeira verde indica “risco muito baixo” de contágio pelo coronavírus.
Como é definida a classificação por cores
Danilo Klein, médico membro da equipe técnica da Subsecretaria, explicou como os dados afetam a classificação. “A Região Centro-Sul permaneceu em risco moderado devido ao aumento de óbitos, que passou de quatro, na Semana Epidemiológica 39, para oito, na Semana 41. Os casos ocorreram em Areal, Miguel Pereira, Sapucaia e Vassouras. Na Região Norte, também foi observado aumento de óbitos em Macaé, Quissamã e São Francisco de Itabapoana, além do aumento de internações”, disse Klein.
A Subsecretaria faz monitoramento periódico das taxas de ocupação nos municípios, para adoção de medidas de intervenção em casos críticos. “Para os municípios em que constatamos que faltam poucos dias para esgotamento de capacidade, são discutidas medidas de ampliação de leitos e/ou melhoria dos fluxos de regulação junto à Secretaria estadual de Saúde. Há municípios com alta taxa de ocupação porque internam pacientes de cidades vizinhas, por meio do sistema de regulação. Entre os municípios com maior taxa de ocupação estão Bom Jesus de Itabapoana, Teresópolis e a capital”, esclareceu Klein.
A edição anterior do Mapa de Risco, a sétima, que foi divulgada no último dia 2, mostrava apenas a Região Centro-Sul em bandeira laranja. A oitava edição compara as Semanas Epidemiológicas 41 (dias 4 a 10 de outubro) em relação à Semana 39 (de 20 a 26 de setembro). Taxa de positividade de pacientes testados para coronavírus; variação de casos e óbitos por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave); taxa de ocupação de leitos destinados a SRAG; e previsão de esgotamento de leitos de UTI para SRAG são os indicadores utilizados na análise.
As bandeiras e os riscos indicados variam entre as cores roxa (risco muito alto), vermelha (risco alto), laranja (risco moderado), amarela (risco baixo) e verde (risco muito baixo). Cada nível de risco representa um conjunto de recomendações de isolamento social.
Medidas restritivas prorrogadas no estado até 5 de novembro
Em edição extra do Diário Oficial da última terça-feira, 20, o governador em exercício Cláudio Castro prorrogou algumas medidas restritivas de prevenção e enfrentamento à propagação da Covid-19 no estado até o dia 5 de novembro. O decreto mantém a proibição da realização de atividades com presença de público que envolvam aglomeração de pessoas, com exceção das que seguem regulamentação específica, como as campanhas eleitorais, o retorno dos torcedores aos estádios de futebol, entre outros.
A nova regulamentação passa a permitir a realização de eventos culturais de entretenimento e lazer, em espaços abertos ou fechados, e com prévio cumprimento de medidas preventivas e protocolos de segurança sanitária estabelecidos para resguardar o distanciamento seguro. Eventos corporativos, congressos, encontros de negócios, assembleias, workshops, conferências, seminários, simpósios, painéis e palestras também serão permitidos, respeitando a presença de 2/3 da capacidade de público e de forma a não ultrapassar o espaçamento delimitado de quatro metros quadrados por pessoa.
Já os eventos de caráter social - como casamentos, bodas, aniversários, formaturas, coquetéis, confraternizações, inaugurações, lançamentos, cerimônias oficiais e outros que sigam o mesmo formato - serão permitidos com a limitação de 50% da capacidade de público dos locais. A mesma medida vale para as casas de festas infantis e espaços de recreação infantil. Os eventos em ambientes abertos, como parques e praças, deverão delimitar de forma prévia a área de realização do evento, com controle de acesso do público e lugares demarcados, de modo a respeitar a delimitação de quatro metros por pessoa.
As “rodas de samba” e “rodas de rimas” serão permitidas em ambientes abertos e fechados, mas também sem que ultrapassem o limite de quatro metros por pessoa. As quadras de escolas de samba e sedes de blocos carnavalescos também passam a poder realizar eventos, desde que sigam a orientação de protocolos apresentados pela Secretaria estadual de Cultura e Economia Criativa e das autoridades sanitárias municipais. Mesas e cadeiras deverão ser numeradas e também serão permitidas apresentações de música ao vivo, mas sem pista ou espaço de dança, a fim de evitar concentração de público.
Para eventos com capacidade de público a partir de mil pessoas, deverá ser elaborado protocolo específico a ser submetido à análise da Secretaria de Saúde. Também caberá aos responsáveis desenvolver um protocolo próprio informando as medidas adotadas e que será submetido à apreciação da Subsecretaria de Eventos, da Secretaria estadual de Cultura, pelo e-mail eventos@cultura.rj.gov.br.
Deixe o seu comentário