Conforme noticiado em primeira mão por A VOZ DA SERRA no início de dezembro do ano passado, a via compartilhada para ciclistas e pedestres às margens do Rio Bengalas, inicialmente prevista para ficar pronta naquele mês, só deve ser concluída em março deste ano. Isso porque a Prefeitura de Nova Friburgo e a empresa Fender Engenharia assinaram o primeiro termo aditivo do contrato para adequação de vias para uso compartilhado – ciclistas e pedestres – no trecho compreendido entre a Rua Duque de Caxias, no Centro, e o trevo de Duas Pedras, prorrogando o prazo da obra por mais 90 dias.
No entanto, segundo apurado por A VOZ DA SERRA, o ritmo lento dos trabalhos sugere que esse prazo pode ser estendido mais uma vez. Nesta quarta-feira, 22, por exemplo, nossa equipe de reportagem só encontrou uma equipe de trabalho na Avenida Presidente Costa e Silva, nas imediações do Sesc, realizando a pintura do piso com tinta vermelha e da estrutura que, futuramente, receberá grades de proteção às margens do rio.
Em meados de julho de 2019, a prefeitura deu início às obras de construção da via compartilhada, orçada em R$ 999 mil. De lá para cá já foi feita a concretagem do piso em determinados pontos, pintura indicativa e instalação de grades ao longo das avenidas Presidente Costa e Silva, Rui Barbosa, Comte Bittencourt, Galdino do Valle Filho e Engenheiro Hans Gaiser, além da construção de novos recuos às margens do rio.
Como vai funcionar
A via compartilhada é a que já está em construção e é assim chamada porque ciclistas vão dividir o mesmo espaço com pedestres. Não haverá divisão entre faixa para ciclista e faixa para pedestre. O trecho compartilhado vai do trevo de Duas Pedras até a Rua Padre Yabar, onde começará a ciclovia, exclusiva para ciclistas, que irá contornar uma faixa da Avenida Euterpe Friburguense, até a ponte da Rua Sete de Setembro (em frente ao largo do bar Barbatana).
Já a via partilhada será da ponte da Rua Sete de Setembro até a altura da Igreja Luterana, no Paissandu. Ela é chamada partilhada porque terá uma faixa exclusiva para ciclistas, pintada de vermelho, e outra, separada, para pedestres.
Leitores denunciam que obras na Estação Livre estão paralisadas
Outra obra na cidade causa preocupação. Leitores têm entrado em contato com a redação de A VOZ DA SERRA constantemente se queixando que as obras para a construção de uma cobertura no pátio da Estação Livre, a antiga rodoviária urbana, na Praça Getúlio Vargas, estariam paralisadas. Uma leitora, que preferiu não ser identificada, enviou algumas fotos do canteiro de obras da plataforma norte completamente vazio na terça-feira, 21, o que comprovaria as denúncias. Nesta quarta-feira, 22, também não encontramos ninguém trabalhando no local. “Na rodoviária ninguém quer falar, mas pelo jeito não tem ninguém trabalhando mesmo. Não tem clima de obra”, disse a leitora à redação de A VOZ DA SERRA.
As obras tiveram início no dia 8 de julho do ano passado e a previsão inicial era de que as coberturas das plataformas dos lados norte e sul estivessem concluídas em cinco meses, ou seja, no início de dezembro passado. O projeto prevê que três ônibus estacionem simultaneamente em cada lado da rodoviária, em um formato que facilita a manobra e agiliza o embarque e desembarque de passageiros. As intervenções vão custar R$ 1.032.184,16 aos cofres do município.
A obra foi dividida em duas etapas. Na primeira, está sendo colocada a cobertura correspondente ao lado norte da Estação Livre. De acordo com o cronograma, essa primeira fase deveria ter sido concluída em até dois meses, o que não aconteceu até hoje. Somente após isso serão iniciadas as obras no lado Sul.
Desde o início das obras, o embarque e desembarque de passageiros das linhas oriundas da região norte do município teve que ser modificado e os passageiros têm que aguardar os coletivos ao longo da Rua Sete de Setembro. Enquanto isso, o embarque e desembarque de passageiros está ocorrendo normalmente no lado Sul da Estação Livre.
Obras foram suspensas em outubro
Por determinação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a prefeitura interrompeu as obras no dia 24 de outubro do ano passado, quase quatro meses após o início da remodelação do espaço. Segundo o órgão, a Estação Livre não conta com um tombamento individual, mas está abrangida como área de entorno de bem tombado, no caso a Praça Getúlio Vargas, e não pode sofrer modificações que alterem sua volumetria e que, eventualmente, prejudiquem a leitura visual do bem tombado.
Pouco mais de duas semanas depois, em 11 de novembro, as obras foram liberadas pelo Iphan. Um ofício expedido pelo órgão informou que “em conformidade com o parecer técnico 122/2019, o Iphan aprova a proposta de intervenção. Salientamos que com esta aprovação, o pedido para deslocamento de um poste de energia na Praça Getúlio Vargas, que motivou a instauração deste procedimento administrativo, também está autorizada”.
Pacotão de obras
As obras na área externa da antiga rodoviária urbana fazem parte do “pacotão de obras” anunciado pelo prefeito Renato Bravo em fevereiro do ano passado. Na época, o prefeito disse que o projeto não iria alterar a estrutura do prédio.
“Esse é um projeto que foi pensado para dar mais comodidade para a população que utiliza o local para embarque e desembarque do transporte coletivo. Ele não mexe com a estrutura da estação, o que será feito é uma ampliação da cobertura nas laterais e também melhorias no entorno”, afirmou em entrevista para A VOZ DA SERRA, na ocasião.
Prefeitura não se manifestou
A VOZ DA SERRA entrou em contato com a Prefeitura de Nova Friburgo para apurar se as intervenções na Estação Livre estão mesmo paradas e o motivo do atraso no cronograma de obras, mas até o fechamento desta edição, não recebemos nenhuma resposta.
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